domingo, 16 de julho de 2023

Báltico VIII

Acordamos 9 horas da manhã, com o navio atracado no cais de cruzeiros, no Rio Daugava, em Riga, capital da Letônia. Possui cerca de 630 mil habitantes e o centro histórico foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e abriga uma área com arquitetura art nouveau, semelhante a Viena, São Petesburgo e Barcelona. Começou como um entreposto comercial estabelecido por alemães, em 1158 e em 1190 um monge estabeleceu um mosteiro.
Após mais de 700 anos sob governos alemães, suecos e russos, a Letônia declarou-se independente em 1918. Com a Segunda Guerra veio a ocupação soviética e a anexação em 1940 e entre 1941 e 1944 os alemães a ocuparam, com os judeus forçados a viver num gueto e num campo de concentração. Centenas de milhares morreram e milhares foram para o exílio. A Letônia perdeu 1/3 de sua população e a União Soviética concluiu o controle do país com a derrota do nazismo. Finalmente o país declarou sua independência de fato em 1991.
Logo percebi falhas no sinal de internet em meu celular e imaginei que iria normalizar após desembarcarmos, mas as falhas continuaram, com ausência total de sinal em alguns momentos. Fiquei muito preocupado porque tenho mapas traçados no meu celular, que me permitem andar por cada local em que desembarcamos. São quase 40 mapas feitos cuidadosamente, contemplando rotas para cada local de interesse, em cada cidade por onde passaríamos, salvos no Google Maps.
Bem, desembarcamos para mais um dia de muitas caminhadas e ao longe aparece a Ponte Estaiada sobre o Daugava.

Nos aguarde aí, heim... rs
Saindo do cais, caminhando em direção a cidade velha, vemos ao longe o edifício do Gabinete de Segurança Interna

e o Museu de História Natural da Letõnia.
A escultura O Orfão, criada em 1998, conquistando o primeiro lugar no concurso para um monumento às vítimas do terror comunista. O detalhe é que seu escultor havia sido deportado para a Sibéria aos 2 anos de idade. A Letônia é mais um país traumatizado e com ódio do comunismo...

A Igreja de Nossa Senhora das Dores, a primeira igreja de pedra na cidade velha.

Aqui, a Igreja Anglicana de São Salvador, construída por britânicos, usando tijolos ingleses, em 1857. Durante a ocupação soviética, foi usada como discoteca e estúdio de gravações, voltando a ter cultos em 1991.
A propósito, praticamente todas as igrejas cobram ingresso para visitação e algumas proíbem fotos em seu interior. Uma lástima.
Uma delícia caminhar por esse paraíso medieval!!

Chegamos a Dome Square, com edifícios em Art Nouveau.
O prédio do Museu de Arte de Riga,

as vielas de paralelepípedos



e eis a Catedral Luterana, religião de cerca de 35% dos letões. Ela data de 1186.




Olha a estátua de um tatu!!



Na sequência chegamos a bela Casa dos Cabeças Negras. Construida em 1334 como um salão de reuniões e celebrações para as guildas da cidade, depois que a Ordem da Livônia rse apossou dos edifícios existentes, da guilda.
No século XVII os Blackheads, uma guilda formada por mercadores alemães solteiros, compraram e ocuparam o prédio. E ela passou a servir como centro da vida cívica e símbolo da identidade mercantil e cosmopolita de Rīga. A estrutura original foi muito danificada na Segunda Guerra, mas fcomo as plantas originais sobreviveram, uma réplica exata foi concluída em 2001 para, o 800º aniversário de Rīga.
Esclarecendo, guildas eram, durante a Idade Média, em certos países europeus, associações que agregavam pessoas com interesses comuns (comerciantes, artistas, artesãos etc.), oferecendo assistência e segurança aos seus membros.





Riga é uma graça de cidade e mais um lugar que visitamos com sol de verão e 27 graus de temperatura.
Em frente a Casa dos Cabeças Negras, a estátua de Roland, o paladino semificcional da corte de Carlos Magno, simbolizando as cidades hanseáticas medievais.

O belo prédio da Prefeitura


e a Igreja de São Pedro, cuja primeira edificação data de 1209.
De repente, numa esquina qualquer, uma menininha de não mais do que 8 ou 10 anos, tocando violino lindamente...

E, uma surpresa em cada esquina, um moderno edifício de apartamentos, com arquitetura arrojada
e adiante, em mais uma esquina, lá está um menino nos deliciando com sua música...

Em seguida chegamos ao famoso Monumento da Liberdade, que comemora o fim do regime comunista no pais. Na verdade, ele foi costruído em 1935, para homenagear os soldados mortos na guerra da independência, entre 1918 e 1920, quando os russos foram expulsos. Ninguém sabe dizer porque os soviéticos, na última ocupação, o deixaram em pé.


O monumento tem 42 metros de altura e é um poderoso símbolo do orgulho nacional da Letônia.
Na placa, TEVZEMEI UN BRIVIBAI, ou seja, Pátria e Liberdade.



Seguimos caminhando e chegamos ao Parque Ziedoņdārzs, que significa Jardim das Flores,


próximo a Catedral Ortodoxa da Natividade.




No parque, a estátua do Príncipe Mikhail Barclay de Tolly, um estrategista militar e comandante-chefe do Exército Imperial Russo durante as Guerras Napoleônicas.


Abaixo, o prédio do Museu Nacional de Arte Letã.

Já chegando ao bairro Art Nouveau... ei, a estátua em madeira de um sapo!
E começa o show da arquitetura Art Nouveau.











De lá seguimos ao belo Parque Kronvalda.



No parque encontramos o Monumento a Taras Hryhorovych Shevchenko, que foi, no século XIX, um poeta, escritor, artista, figura pública e política ucraniana, além de folclorista e etnógrafo

e também uma homenagem a Ulugh Beg, que foi governante de grandes áreas da Ásia Central e também um famoso matemático e astrônomo em sua época. Ele construiu o maior observatório do mundo islâmico em Samarcanda e a estátua foi um presente da Embaixada do Uzbequistão.
Foram quase 7 quilometros de caminhadas e chegou a hora de voltar ao navio.
Quanto a internet nas ruas, funcionou a contento, porém com algumas falhas de cobertura.
Lembrei de checar e a gasolina por aqui custa R$ 8,46 o litro.

No momento de entrar no porto, passaram dois caças, que estranhamente me pareceram russos, num rasante sobre nossas cabeças e cujo som parecia que iria arrebentar nossos tímpanos. A guerra nçao está muito longe daqui...




Enquanto aguardávamos o navio zarpar, um bom wisky no piano bar, porém, infelizmente atrapalhado por mais um péssimo atendimento da tripulação. Sem esquecer que a internet a bordo continuava um lixo..


Banho, jantar e camarote, dormindo às 23:45 horas. Bem, o sol havia se deitado as 22:50 horas...

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