sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2010 - 2011

Como uma onda no mar, nada, nunca será igual.
Partindo do princípio, no qual creio, de que estamos aqui para aprender, cada ano que finda deve ter a essência dos seus acontecimentos aproveitada para tal.
Além disso, alguém disse que a vida é uma estrada de mão única e, quando nos damos conta disso, aproveitamos melhor nosso aprendizado.
Outro fato importante, é que creio que o aprendizado rejuvenesce, já que nos permite participar de qualquer discussão e interagir com cada vez mais pessoas.
Portanto, tiremos todos um aprendizado de cada ano que completamos, a fim de não repetirmos as mesmas histórias. E isso vale até para os mais aventureiros, já que não tem graça percorrer caminhos já trilhados.
Corrija os erros passados e se prepare para os novos que, certamente, cometerás.
O horizonte só existe para nos fazer seguir sempre em frente.


E, afinal, quem não vira a página, não lê o final do livro...

FELIZ ANO NOVO A TODOS!!!!!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sempre ao seu lado

Acredito que todo mundo que vai ao cinema deve ter ouvido a frase "o cachorro morre no final", quando alguém queria fazer uma gracinha sobre o filme Marley e Eu. Bom, sem querer fazer piada, mas pensando em preparar o espírito de quem está escolhendo o que assistir já adianto que Sempre ao seu Lado também vai te fazer chorar. Muito! E não é porque o cachorro morre no final. É bem antes que as primeiras lágrimas vão começar a sorrateiramente se alojar nos cantos dos olhos, para depois correr em cascata. Mas o filme também vai te fazer sorrir e refletir sobre o nosso dia-a-dia e as relações que realmente interessam.

O longa é uma adaptação de uma história real, que aconteceu no Japão no início do século. Hachiko é o nome de um cachorro da raça akita que ficou famoso em todo o país depois que apareceu em reportagens de jornais que contavam sua história de lealdade ao seu dono, um professor da Universidade de Tóquio. Todos os dias Hachiko acompanhava seu amigo até a estação de trem e estava lá quando ele voltava para casa.

A história deste cachorro virou uma lenda no Japão e foi usada em escolas e casas para ensinar às crianças a importância da lealdade entre amigos. Serviu também para despertar no país uma onda de criações de akitas, raça pura japonesa que estava cada vez menos popular. Há hoje na estação de Shibuya uma estátua de Hachiko, no lugar onde ele ficava esperando seu dono voltar.

Na versão estadunidense da história, Hachiko continua sendo um akita. Ele é achado quando ainda é um filhote em uma estação na periferia de Nova York pelo professor universitário Parker Wilson, que o leva para casa. No início, sua esposa se recusa a adotar o novo morador, mas é tocada pela cativante relação entre os dois.

Um personagem que faz a ponte entre as duas versões explicando um pouco da mentalidade e crenças japonesas é o também é um professor universitário, Ken. Ele explica ao amigo que talvez não tenha sido ele quem achou Hachiko, mas sim que o cão o escolheu como seu dono. É ele também que explica que "hachi" é o numeral japonês para oito, um número especial, que simboliza a ligação entre os planos terrenos e espirituais.

A direção do sueco Lasse Hällstrom carrega no drama, incorporando elementos tipicamente ocidentais que certamente não estiveram na versão japonesa do filme,Hachiko Monogatari, de 1987. É o caso da brincadeira de pegar a bolinha, que Ken explica ser algo completamente sem sentido para Hachi. "Cachorros japoneses não pegam a bolinha apenas para agradar seu dono ou ganhar um biscoito", explica Ken em um prenúncio para uma das cenas mais emocionantes do filme. Nessa hora, pode deixar o jeito machão de lado e pegar aquele lenço de papel que estava no bolso desde Marley e Eu. Acredite, você vai precisar. E se ao acender das luzes vierem te perguntar alguma coisa, despiste dizendo que você é alérgico a cachorros.

Feliz Ano Novo

O tempo só anda de ida.
A gente nasce, cresce,
envelhece e morre.
Pra não morrer,
é só amarrar o tempo no poste.
Eis a ciência da poesia:
amarrar o tempo no poste!

(Manoel de Barros)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ritmo de Ano Novo!

Para o Ano Novo

Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais.
Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes e comer mais pipoca, ler mais. Sair mais. Quero um trabalho novo. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinho, quero ter momentos de paz. Quero dançar mais. Comer mais brigadeiro de panela, acordar mais cedo e economizar mais. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de bicicleta. Ir mais vezes ao parque. Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. Quero me olhar mais. Cortar mais os cabelos. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais.
Não quero esperar mais, quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e só o necessário para trás. Quero olhar nos olhos do que fez sofrer e sorrir e abraçar, sem mágoa. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero aceitar menos, indagar mais, ousar mais. Experimentar mais. Quero menos “mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais.
“E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha".

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Receita de Ano Novo

Mais um novo ano se aproxima e nunca é demais lembrar a "receita" de Drummond:

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Borboleta... de Natal

Mais ou menos

A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...
TUDO BEM!
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.
(Chico Xavier)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Véspera de Natal

Agradável véspera de Natal em Santos.
Caminhada na praia, papo com velhos grandes amigos, batida de caju, cerveja e, claro, o almoço tardio da mamãe.
Mais tarde, estar com o filhão, amigos e amigas. A ceia, o brinde, os presentes. A oração dedicada a Quem aniversaria amanhã.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Greve?!?


A greve dos aeronautas e dos aeroviários parece mais do que justa, porém, nada oportuna. Imaginem quantos brasileiros já não compraram, aguns com muita antecedência, passagens para rever alguém especial neste Natal...
Enfim, agora que ela não aconteceu, os problemas que eventualmente vierem a ocorrer, serão de responsabilidade única das empresas aéreas. Ótimo!
Porque, aqui entre nós: A quem essa greve interessava?
No mais, boa viagem a todos... ou boa sorte, sei lá...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Compras de Natal

Apesar do calorão, nada como umas comprinhas de Natal, pra quem a gente ama.
Fiquei feliz. Espero que os presenteados também...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

domingo, 19 de dezembro de 2010

Eu e você sempre

Mais um domingo de sol e samba...

Logo, logo, assim que puder, vou telefonar
Por enquanto tá doendo
E quando a saudade, quiser me deixar cantar
Vão saber que andei sofrendo
E agora longe de mim, você possa enfim
Ter felicidade
Nem que faça um tempo ruim, não se sinta assim
Só pela metade
Ontem demorei pra dormir, tava assim, sei lá,
Meio passional por dentro
Se eu tivesse o dom de fugir pra qualquer lugar,
Tinha feito um pé de vento
Sem pensar no que aconteceu, nada, nada é meu,
Nem o pensamento
Por falar em nada que é meu,
Encontrei o anel que você esqueceu

Aí foi que o barraco desabou,
Nessa que meu barco se perdeu,
Nele está gravado só você e eu

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sexta e sábado...

Depois de um agradável jantar de Natal, no Condomínio, com direito ao delicioso vinho branco sul africano Two Oceans, nada como uma bela tarde de sábado na piscina, preparada desde cedo, com muito samba, apesar do meu joelho...

À noite, um gostoso baile de formatura em Pendotiba. Vamos lá!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

História do Natal Digital

Boas Festas!!!

Caríssimas e Caríssimos,

Mais um final de ano se aproxima...
Um ano de muita tristeza para mim, mas também de várias realizações.
Um ano em que me vi cercado de amigos, muitos dos quais eu nem imaginava possuir.
Envio, como sempre, minha mensagem para reflexão e meus agradecimentos a todos, inclusive a quem, de forma cruel, insana, ingrata e desequilibrada, rogo a Deus que inconscientemente, provocou minha maior tristeza em 2010:

Um homem chegou em casa tarde do trabalho, cansado e irritado e encontrou o seu filho de 5 anos esperando por ele na porta.
- "Pai, posso fazer-lhe uma pergunta?"
- "O que é?" - respondeu o homem.
- "Pai, quanto você ganha em uma hora?"
- "Isso não é da sua conta. Porque você esta perguntando uma coisa dessas?", o homem disse agressivo.
- "Eu só quero saber. Por favor me diga, quanto você ganha em uma hora?"
- "Se você quer saber, eu ganho R$50 por hora."
- "Ah..." o menino respondeu, com sua cabeça para baixo.
- "Pai, pode me emprestar R$ 25,00?"
O pai estava furioso: "Essa é a única razão pela qual você me perguntou isso? Pensa que é assim que você pode conseguir algum dinheiro para comprar um brinquedo ou algum outro disparate? Vá direto para o seu quarto e vá para a cama. Pense sobre o quanto você está sendo egoísta. Eu não trabalho duramente todos os dias para tais infantilidades."
O menino foi calado para o seu quarto e fechou a porta.
O homem sentou e começou a ficar ainda mais nervoso sobre as questões do menino.
- Como ele ousa fazer essas perguntas só para ganhar algum dinheiro?
Após cerca de uma hora, o homem tinha se acalmado e começou a pensar.
Talvez houvesse algo que ele realmente precisava comprar com esses R$ 25,00 e ele realmente não pedia dinheiro com muita frequência. O homem foi para a porta do quarto do menino e abriu a porta.
- "Você está dormindo, meu filho?" ele perguntou.
- "Não pai, estou acordado", respondeu o garoto.
- "Eu estive pensando, talvez eu tenha sido muito duro com você a pouco?", afirmou o homem. "Tive um longo dia e acabei descarregando em você. Aqui estão os R$ 25 que você me pediu."
O menino se levantou sorrindo. "Oh, obrigado pai!" gritou. Então, colocando a mão debaixo de seu travesseiro, ele puxou alguns trocados amassados.
O homem viu que o menino já tinha algum dinheiro, e começou a se enfurecer novamente.
O menino lentamente contou o seu dinheiro, em seguida olhou para seu pai.
- "Por que você quer mais dinheiro se você já tinha?" - Gruniu o pai.
- "Porque eu não tinha o suficiente, mas agora eu tenho", respondeu o menino.
- "Papai, eu tenho R$ 50 agora. Posso comprar uma hora do seu tempo? Por favor, chegue em casa mais cedo amanhã. Eu gostaria de jantar com você."
O pai se sentiu destroçado... Ele colocou seus braços em torno de seu filho, e pediu o seu perdão.
É apenas uma pequena lembrança a todos nós que trabalhamos arduamente na vida.
Não devemos deixar escorregar através dos nossos dedos o tempo sem ter passado algum desse tempo com aqueles que realmente importam para nós, os que estão perto de nossos corações.
Não se esqueça de compartilhar esses R$50 no valor do seu tempo com alguém que você ama, em 2011.

Me lembrei também, de uma estorinha sobre os problemas que eventualmente passamos ao longo do ciclo de 365 dias que ora finda:

Uma menina chegou em casa atrasada para o jantar.
Sua mãe tentava acalmar o nervoso pai, enquanto pedia explicações sobre o que havia acontecido. A menina respondeu que tinha parado para ajudar uma amiga, porque ela tinha levado um tombo e sua bicicleta tinha se quebrado.
- "E desde quando você sabe consertar bicicletas?" perguntou a mãe.
- "Eu não sei consertar bicicletas!" disse a menina. "Eu só parei para ajudá-la a chorar".
Não muitos de nós sabemos consertar bicicletas. E quando nossos amigos caíram e quebraram, não as suas bicicletas mas suas vidas, poucas vezes tivemos capacidade para consertá-la. Não podemos simplesmente consertar a vida de outra pessoa, embora isso seja o que nós gostaríamos de fazer.
Mas como a menina, nós podemos parar para lhes ajudar a chorar.
Se isso é o melhor que nós podemos fazer...
E isso é muito!

Muito obrigado a todos os que me ajudaram a chorar os problemas em 2010.

Pra completar, diz a lenda que, certa vez, um homem caminhava pela praia numa noite de lua cheia. Pensava desta forma:
"Se tivesse uma casa grande, seria feliz". "Se tivesse um excelente trabalho, seria feliz. Se tivesse uma companheira perfeita, seria feliz".
Nesse momento, tropeçou numa sacolinha cheia de pedras e começou a jogá-las, uma a uma, no mar, enquanto dizia: "seria feliz se tivesse..."
Assim o fez até que a sacolinha ficou com uma só pedrinha, que decidiu guardar.
Ao chegar em casa, percebeu que aquela pedrinha tratava-se de um diamante muito valioso.
Você imaginou quantos diamantes jogou no mar, sem parar para pensar?
Quantos de nós vivemos jogando fora nossos preciosos tesouros por estar esperando o que acreditamos ser perfeito ou sonhando e desejando o que não temos, sem dar valor ao que temos perto de nossas mãos?
Olhe ao seu redor e, se você parar para observar, perceberá quão afortunado você é. Muito perto de ti está tua felicidade.
Observe a pedrinha, que pode ser um diamante valioso.
Cada um de nossos dias pode ser considerado um diamante precioso e insubstituível. Depende de nós aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento para nunca mais recuperá-lo.

Resumindo, que em 2011 nos lembremos dessa lenda todos os dias.

Viva com tanto amor no coração que se, por engano, você for parar no Inferno, o próprio demônio te mandará para o Paraíso.

Afinal, como disse Chico Xavier:

"Quem sabe pode muito. Quem ama pode mais."

Um lindo Natal a todos e um maravilhoso Ano Novo!!!

Oswaldo.-

Sorria

Sorria,
Sempre nos momentos
de tristeza e angústia
Para que a alma não se acostume ao sofrimento,
não se cale em desespero,
e não adormeça eternamente.
Sorria,
Para que a vida seja mais bela
Para que o amor seja mais forte e verdadeiro
Para que as flores e tudo mais possam fazer sentido.
Sorria
Sempre que a vida parecer confusa
Para que as luzes possam brilhar,
e para que as respostas e soluções possam surgir,
para os problemas serem mais fáceis de serem resolvidos...
Sorria
Em todos os momentos da vida
Porque o sorriso é um remédio para
todas as dores, e um meio de se chegar
a completa e verdadeira Felicidade!

(De uma amiga)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Trânsito

É duro chegar de viagem e levar mais de 2 horas de táxi até em casa...
Mas, lar, doce lar!

Aeroportos e chuva

Ufa, depois de muita luta pra conseguir um táxi, já anteriormente reservado e que não chegava por causa da chuva, 1 hora e 15 minutos pra chegar no aeroporto, vôos cancelados e lotação feita pela Gol, mereci ganhar a suite executiva do hotel e tomar um gostoso chopp com meu filhotão.

Há, a iluminação de Natal da Avenida Paulista está maravilhosa.
Um show!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

São Paulo

Começou a chover a beça por aqui e lá vamos nós a Sampa mais uma vez. Agora é torcer pra quando chegar lá não ter que ir de barco pro hotel...
Bem, ver o filhote quando chegar vale tudo!
E reunião amanhã...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão

O céu que toca o chão
E o céu que vai no alto
Dois lados deram as mãos

Como eu fiz também
Só pra poder conhecer
O que a voz da vida vem dizer

Que os braços sentem
E os olhos vêem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção

O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão

O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão

Eu vi também
Só pra poder entender
Na voz a vida ouvi dizer

domingo, 12 de dezembro de 2010

Domingo delicioso!

Sol até as 8 da noite é tudo de bom!
Até meu joelho melhorou...

Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40 graus, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade. Pois metade deste povaréu sofre de dor-de-cotovelo.

Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos têm um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.

Por que isso acontece? Eu tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórica no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim.
Você sabe, o amor acaba.

É mentira dizer que não. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor foi devorado até a rapa.

Dor-de-cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia, sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas as etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim.

Este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estar aberto para novos amores.

Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.

Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo.

Isso é que libera a gente para ser feliz de novo.

Ou, quem sabe, para um amor que nunca acaba...

400 contra 1

Um dilema típico do cinema brasileiro, o de fazer entretenimento para a massa ou cumprir as famigeradas contrapartidas sociais com temáticas "importantes", resulta às vezes em esquizofrenias como 400 Contra 1.

A trama se passa entre 1971 e 1980, respectivamente, os anos em que o futuro CV começou a se organizar no presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, e em que realizou os assaltos a banco que tornaram a facção conhecida no noticiário. Silva Lima, o Professor, interpretado por Daniel de Oliveira, é quem articula as bases do que o CV transformaria em lema: Paz (não trazer diferenças da rua para a prisão), Justiça (olho por olho, dente por dente) e Liberdade (a fuga como objetivo principal).

O filme aproveita um período fundamental da história criminal do país - os anos em que os futuros CVs dividem espaço com presos políticos na Ilha Grande durante da ditadura - para antepor a "ética" dos presos comuns à falta de escrúpulos da repressão. Se filmes como Quase Dois Irmãos recorrem ao episódio para fazer uma reflexão sobre a sociedade brasileira, 400 Contra 1 se contenta em um usá-lo para heroificar o CV.

Até aí, nada de anormal. Dos gângsteres da Era da Lei Seca aos Zé Pequenos recentes, o cinema sempre se especializou em glamourizar o vilão. A confusão que 400 Contra 1 faz - a partir daquele desejo de prestar contrapartidas com todo mundo - é misturar a catarse do crime com o discurso político.

Mal comparando, é como se os Onze Homens de George Clooney gozassem da riqueza usurpada de Las Vegas em protesto contra o capitalismo.

A trilha sonora de 400 Contra 1 organizada por Max de Castro está cheia de hinos suingados da black music nacional, para exaltar a autoestima do negro. Os figurinos enchem os personagens de ternos bem cortados e óculos escuros para tornar o assalto uma coisa mais estilosa. A montagem exagera nos letreiros didáticos e nas elipses temporais para acelerar a ação, como se o lema do CV, na verdade, fosse o rebelde "viva rápido e morra jovem".

Existe, enfim, todo um aparelho com a intenção de transformar os pés-de-chinelo da Ilha Grande em mártires nível Tony Montana, o CV numa gangue malandra de uma espécie de West Side Story carioca, que entre uma discussão engajada e outra aproveita para dar uns beijos na mulher do carcereiro e metralhar o retrato de Figueiredo.

Aliás, a cena em que Professor dá mais uma lição programática aos outros detentos, inserida no meio de outra cena (em que ele transa com a loira), exemplifica muito bem o verdadeiro discurso de 400 Contra 1: as conquistas ditas coletivas dos bandidos são, no fundo, vitórias pessoais (ou a cena não terminaria com o gozo do herói), e o que é vendido como filosofia na verdade é só vaidade.

Lamentável!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Organiza o Natal

Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.

Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.

Carlos Drummond de Andrade.

Assim caminha a humanidade

Ainda vai levar um tempo
Pra fechar
O que feriu por dentro
Natural que seja assim
Tanto pra você
Quanto pra mim...

Ainda leva uma cara
Pra gente poder dar risada
Assim caminha a humanidade
Com passos de formiga
E sem vontade...

Não vou dizer que foi ruim
Também não foi tão bom assim
Não imagine que te quero mal
Apenas não te quero mais...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Saudade

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar,
Os teus dias tristonhos vazios.

Sorri quando tudo terminar,
Quando nada mais restar,
Do teu sonho encantador.

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos.

Sorri, vai mentindo a sua dor.
E ao notar que tu sorris,
Todo mundo irá supor
Que és feliz.
(Charles Chaplin)

Dodói

Meu joelho ainda dói muito!
É, idade é fogo.
Mas vai melhorar no final de semana. Afinal, nada que dois belos dias de sol, como é a previsão, cercado de amor e amizade, claro, não curem.
Além de muito samba, lógico...

Chico Xavier

No inicio da década de 70 um programa entrou para a história da TV brasileira. Tratava-se de Pinga Fogo da extinta TV Tupi. Transmitido ao vivo, algo inédito para a época, tinha duração prevista de 60 minutos. Mas o convidado da edição de 28 de julho de 1971 fez o programa se estender por mais de 3 horas. Estava ali presente o médium, cristão e espírita Chico Xavier, sendo sabatinado por jornalistas que tentavam desmascará-lo e apontá-lo como fraude. O carisma e a perspicácia de Chico em responder as perguntas, além de efetuar a primeira psicografia transmitida em rede nacional, ajudaram ainda mais na sua mitificação.

40 anos depois, uma nova obra audiovisual se propõe a humanizar o místico Chico Xavier. E estreou justamente no dia em que ele completaria 100 anos. O filme Chico Xavier se utiliza de trechos reconstituídos do Pinga Fogo como espinha dorsal da trama. Através de flashbacks, trechos da infância em Pedro Leopoldo, no interior de Minas Gerais, da descoberta do dom da psicografia na juventude e a criação da Casa da Prece em Uberaba, todos os momentos chaves da história de Chico são balanceados com seus depoimentos no Pinga Fogo. Além disso, uma trama paralela de um casal que teve seu filho morto e aguarda por uma carta psicografada do garoto pelo médium também auxilia para que a história seja contada de uma forma convincente e sem uma linearidade temporal fixa.

Segundo o diretor, Daniel Filho, o personagem mais polêmico e, consequentemente, mais difícil de ser retratado, foi Emmanuel, o guia espiritual que apenas Chico conseguia ver. Em uma cena cuja câmera sai do topo de uma cachoeira até os ouvidos do médium, literalmente entramos na sua cabeça e passamos a enxergar Emmanuel como ele o via e descrevia: manto branco, sandálias de couro marrom, aparência jovial e séria. As melhores passagens de Chico Xavier são justamente os diálogos de alívio cômico entre ele e seu guia, incluindo uma piada sobre a bizarra peruca que Chico insistia em usar. Se ficam dúvidas sobre a veracidade dessas situações cômicas, durante os créditos finais vemos o próprio Chico dando voz às engraçadas histórias.

A caracterização do protagonista é outro atrativo. Interpretado por 3 atores, o menino Matheus Souza na infância, Ângelo Antônio na juventude e Nelson Xavierna maturidade, Nelson certamente é quem mais se aproxima do original. A semelhança física do ator com o médium já impressionava a todos quando Chico ainda era vivo. Agnóstico convicto e receoso do convite, Nelson acabou aceitando e mergulhando de tal forma na persona de Chico Xavier que até as suas convicções religiosas foram abaladas. Aliás, citando a questão religiosa, quem pensa que verá um filme meramente espírita, se surpreenderá em ver o quanto a mensagem de solidariedade ao próximo do protagonista passa por qualquer tipo de religiosidade.

Chico Xavier se apresenta como uma biografia sincera, sem melodramas, desmistificando o santo e o transformando em homem. Arrastar multidões em seu entorno era a regra quando Chico era vivo, mas todos os procuravam justamente para ouvir as vozes dos mortos. Sua própria morte parecia algo impossível, porém ele mesmo afirmava que iria deixar a terra justamente no dia em que todos os brasileiros estivessem muito felizes. Chico desencarnou em 30 de junho de 2002, quando o Brasil inteiro comemorava o penta-campeonato de futebol.

O filme é muito bem produzido, mas já valeria apenas pela mensagem de amor e solidariedade.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Saber viver...

É preciso saber viver o amor, esquecer mágoas e matar inseguranças e acreditar que vale a pena amar alguém, que vale a pena partilhar o nosso amor, mesmo que quem o recebe não saiba abrir as mãos para o agarrar.

Machado de Assis

Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010