terça-feira, 26 de novembro de 2013

Respeito e cidadania.

A imagem acima, ilustra bem o que tento dizer aqui.
Respeito, cidadania, será que o brasileiro sabe o que querem dizer essas palavras?
Já estou acostumado, no dia a dia, a cenas que de tão deprimentes, acabam se tornando hilárias. No trânsito, nas calçadas, no catamarã, no trabalho, nas lojas...
Hoje, logo cedo, no desembarque do catamarã, no Rio de Janeiro, dei a vez a uma senhora que tentava sair da sua poltrona e saltar da lancha. Pois bem, a dita cuja, saiu sem sequer se dar conta da gentileza recebida e, pasmem, estancou na minha frente, bloqueando toda a fila, enquanto remexia sua bolsa e tentava preparar o guarda-chuva. Não me contive, ultrapassei-a rudemente e desembarquei, ouvindo atrás de mim um quase grito de cara...!! Demonstrando bem o nível da dita cuja.
Na verdade, passei o dia todo incomodado, com uma sensação de que eu errei, já que agi impulsiva e grosseiramente.
Mas, será que a aspirante a cidadã se deu conta, em algum momento do que fez ou causou. Na verdade, 3 minutos depois, provavelmente, sequer se lembrava do ocorrido, acredito.
Claro que um erro não justifica outro!
A tarde, no escritório, contei a um amigo o ocorrido e ouvi dele uma história, quase como uma lição de moral, que ele havia assistido se desenrolar no metrô, dia desses.
Um rapaz, pressionado e empurrado por vários outros passageiros, tentava se segurar na barra de apoio, sendo que possuía uma deficiências no braço e mão, que fez com que, num momento, soltasse e, ao tentar retomar a "pegada", sua unha arranhasse o braço de um senhor a frente. O qual, imediatamente, esbravejou e ofendeu o rapaz. Na sequência, após o rapaz desembarcar numa estação, meu amigo contou ao senhor (não o fez antes para não embaraçar ainda mais o pobre garoto), que quem o arranhou era deficiente.
A vergonha daquele senhor é semelhante a minha, por ter sido intempestivo e grosseiro hoje...
Bem, o fato é que hoje vivemos num país em que o senso comum, e portanto, a cidadania, estão desaparecendo, tornando obrigatório, a fim de evitar conflitos, o exercício da paciência e da tolerância.
Quando assistimos as nossas instituições desabando, aos serviços públicos, como consequência, lastimáveis, e temos toda uma geração ensinada a sempre tentar "levar vantagem", para não ser "atropelada" pelos outros, o efeito final é desastroso!!
Tragédias ocorrem, porque alguém, por um momento, não consegue exercer plenamente a paciência e a tolerância... mas, peraí! Paciência tem limites, afinal somos submetidos a isso o tempo todo, 24 horas por dia, a não ser, talvez e olhe lá, quando estamos em casa.
Estamos nos acostumando a uma cidade, a uma região metropolitana, em que, por exemplo, 8, 10 acidentes de trânsito acontecem num período do dia e os envolvidos dizem: que acidentes acontecem...
Ande por países europeus por 10, 12 dias, como eu já tive a oportunidade de fazer algumas vezes e conte quantas "fechadas", quantas freadas, quantas buzinadas você presenciou. Quantos "acidentes"?
Quase nenhum, sabe. E por quê?
Porque existe algo chamado respeito pelo outro e senso de cidadania!
Cada dia mais triste, assisto a um encolhimento dessas coisas no meu país...
E vou me punindo, quando não consigo exercer paciência máxima.

Sabe, o mundo real está tão difícil, que fica fácil entender porque as pessoas cada vez mais "vivem" nas redes sociais.
Porque nelas é mais fácil ser educado, é mais fácil ser bonzinho. É mais fácil ser paciente e tolerante.
A convivência é virtual e os posts podem ser editados ou apagados...
Num país onde o povo, cada vez menos, exercita a cidadania e o respeito ao próximo, é difícil ser educado e tolerante.
Na rede dá vergonha demonstrar falhas, com tanta gente "assistindo" e o senso de respeito ao outro é melhor exercido, com certeza.
Deveria ser assim na vida real.
Talvez acordássemos para o sentido da cidadania...

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Coletividade.

Faz algum tempo que não escrevo nenhum post. Desde que acabei de postar o diário da viagem à Alemanha.
Hoje não resisti. Assistindo um jogo de futebol sub 20, do meu time, o Santos Futebol Clube, disputando a final da Copa Brasil.
E não resisti porque não suporto mais, no Brasil atual, assistir a toda uma geração capacitada, mas que foi ensinada a "levar vantagem em tudo" e não tem a menor noção do que seja humildade, senso de equipe, emoção...
Meu time foi campeão, mas perdendo o jogo por 3 a 1, beneficiado pelo regulamento, já que tinha ganho a primeira partida por 2 a 0. Sabe, na minha opinião, jogar com o regulamento é para os fracos. Para os pobres de espírito. Uma coisa é ser beneficiado pelo regulamento, outra, muita diferente, é se utilizar dele.
Eu, jogando, claro que comemoraria o título, mas sairia de campo triste pela derrota.
No entanto, o que eu vi, foi um jogador triste porque foi substituído, porque se achava "a cereja do bolo". O tal de Neilton, dito novo Neymar...
Gente, mesmo num momento em que, lógico, estou feliz pelo título, faço uma reflexão. Se essa é a educação que nossos filhos recebem, como reclamar dos nossos governantes? Eles foram criados e educados por nós...
Genoíno é falso guerrilheiro? E quantos falsos jogadores de futebol, quantos falsos taxistas, quantos falsos, policiais, quantos falsos professores, professores, sim, quantos falsos profissionais, em qualquer atividade???
Não o estou defendendo, não. Odeio sua figura, mas, o que dizer de toda a nossa formação?
 Só com uma mudança muito grande na formação do nosso povo, o Brasil será um país melhor.
Chega de gente criada para ser vencedora, sem a menor noção de coletividade! Chega de criar gente que só quer se dar bem!!
Desabafei, um pouquinho...
ACORDA, BRASIL!!!