domingo, 7 de agosto de 2011

O dia em que a terra parou


A Guerra Fria deixou muitos americanos com medo, e nisso nasceu o interesse pelo desconhecido, pelos planetas distantes e possíveis raças alienígenas. A década de 50 é o ápice desse cenário, de onde surgiram inúmeros filmes B de ficção científica, hoje renegados e já esquecidos pelo tempo. 90% de tudo que era lançado era lixo barato, feito para entreter durante pouco tempo e sequer ser absorvido pelo público, e assim entende-se porque hoje tais filmes são ridicularizados pelo grande público ou mesmo por parte da crítica. Poucos são os que resistem até hoje.
A história também é simples, mas de extrema importância ainda hoje. Era um recado direto para as pessoas e principalmente para os governos que viam-se ameaçados sob a sombra de uma devastadora e até provável guerra nuclear. O alienígena Klaatu viajou, juntamente do robô Gort, por 200 milhões de milhas para chegar à Terra e mandar uma mensagem a todos os seus representantes: se continuarem constituindo uma ameaça a outros planetas, todo o planeta deve ser exterminado! Porém, assim que chega à Terra as pessoas não parecem querer ouví-lo, e fazem de sua presença uma grande ameaça. Acuado, Klaatu vai conviver por um tempo com uma típica família de classe média, para decidir se vale a pena ou não tentar realmente salvar nosso planeta da destruição.
O final do filme certamente pode gerar inúmeras discussões. Afinal, o sistema sugerido por Klaatu para garantir a paz universal é a opressão: ao mínimo sinal que os povos se degladiarão e ameaçarão outros planetas, a Terra seria exterminada sem dó. A intenção é realmente boa, mas em uma época de grandes tiranos, pessoas que têm ou desejam ter controle mundial com a desculpa de tentarem assegurar a paz, podemos perguntar se essa é a maneira ideal de se fazer isso. O Dia em Que a Terra Parou levanta essa questão de forma perfeita e, mesmo que você não concorde com sua filosofia, já deve dar crédito a ele por fazer pensar. Enfim, é um típico filme de ficção científica dos anos 50 que faz pensar, e é por isso que permanece vivo até os dias atuais.
Para se ter uma idéia de como o roteirista foi feliz nessa tentativa de prever o futuro, há um diálogo entre Klaatu e o garotinho da casa onde ele se hospeda enquanto este brincava com um autorama, e Klaatu despede-se com a seguinte frase:
“ - Depois te conto de outro tipo de trem, que não precisa de trilhos.”
Hoje já temos trens que não necessitam de trilhos, de fato. O filme, desde seu lançamento, é referenciado sutilmente entre muitos outros. A célebre frase “Klaatu barada nikto”, na época do lançamento do filme não eram poucos os fãs do gênero que ficavam repetindo diversas vezes ao dia.
O Dia em Que a Terra Parou pode ser considerada uma das mais importantes ficções científicas de todos os tempos no cinema. Um filme que mistura diversão com conteúdo e é  dono de uma mensagem atemporal. Um clássico não tão popular que figure entre os maiores já lançados em Hollywood em todos os tempos, mas ainda assim deveria ser visto por quem curte pelo menos um pouco filmes sobre visitantes de outros planetas.
Super clássico, nota DEZ!

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