sábado, 21 de abril de 2018

Egito 2018 - VII

Mais um dia acordando cedo, desta vez para ir a cidade de Alexandria, a cerca de 220 quilômetros do Cairo
Ah, com problema no meu celular, nosso guia até quis emprestar o dele para meu uso, mas, eu declinei... rs

Já chegando a Alexandria, pude observar ao longe uma grande refinaria de petróleo e o guia pediu que eu falasse um pouco do assunto refino e qualidade de derivados...
A cidade, como todas as outras onde estivemos, é feia, sem cor e suja.

Os bondes que circulam são incrivelmente antigos e mal tratados.

E começam as visitas.
Primeiro fomos as catacumbas de Kom El-Shugafa, onde infelizmente não nos foi permitido fotografar e não temos, portanto, nenhum registro. A área é de um cemitério romano do século II d.C.
Agora a coluna de Pompeu, com 20,46 metros de altura, quase 27 se for considerada  base, mais de 2,70 metros de diâmetro e pesando 285 toneladas. Foi feita em granito vermelho de Aswan
e trata-se, segundo a versão mais aceita, de resto do templo Serapeu, dedicado a Serápes, o protetor de Alexandria.



Parece estar guardada pela Esfinge de Ptolomeu IV
Um escaravelho sagrado, de pedra. Escaravelho é um bezouro proveniente do Mediterrâneo e na mitologia egípcia tem a ver com o deus Khefri, responsável pelo movimento do sol, do nascente ao poente. Também simboliza a ressurreição e a sabedoria divina.
Era um amuleto popular na antiguidade.

Para dar sorte... rs
Os arredores das ruínas são muito feios e a maioria dos edifícios apresentam rachaduras e todo tipo de falha. Nosso guia, Zizo, nos explicou que a corrupção no país é tão grande, que não há controle ou fiscalização e cada um faz o que quer, com conceitos básicos do tipo quantidade de cimento a ser utilizada, sendo desprezados. Tudo sempre a base de propina, a palavrinha mágica no país...
Disse ainda que as vezes, para fazer esta visita, é necessário parar a van um pouco afastada do local, por conta de escombros dos desabamentos que ocorrem com frequência. Contou que ainda estão retirando corpos de um desabamento na cidade, na semana anterior.

Na sequência, fomos ao anfiteatro romano de Kom El-Dekka, descoberto por acaso em 1965, em pleno centro da cidade, por conta de um projeto de habitação. Ainda é possível ver mosaicos romanos no piso e a rede de canais que levava água até piscinas revestidas em mármore.
Curiosidade: posteriormente, o anfiteatro virou Conselho Municipal.

E ainda existem algumas escavações no local.

Agora, através do também congestionado trânsito,
fomos à famosa Biblioteca de Alexandria.

Belo edifício por fora

e por dentro também.



O teto foi construído em formato semelhante ao olho, permitindo a entrada de luz e com uma cobertura parcial, tal como uma pálpebra, que impede a entrada direta da luz do sol.

Infelizmente, os vestígios arqueológicos da antiga biblioteca de Alexandria são praticamente inexistentes. Provavelmente estava construída junto ao porto, que foi submerso num momento passado e depois tomado por construções.
A atual foi construída em 2002.
Utilizando um dos computadores disponíveis, fiz algumas rápidas consultas a autores e livros e, rapidamente são listados em quantos e quais locais existem exemplares da obra pesquisada.



A biblioteca é um espetáculo e dá vontade de não sair mais de dentro dela...




Interessante banco em forma de um livro aberto.
A estátua de Demétrio de Faleros, ou Faleron, um orador da Grécia antiga, responsável por organizar a primeira coleção de fábulas mencionada pelos antigos, a Coletânea de Discursos Esópicos. Foi o primeiro bibliotecário da Biblioteca de Alexandria.

A maquete, que dá uma visão de toto o complexo.

Do lado de fora, uma estátua de Alexandre, o Grande.
A biblioteca fica junto ao Mediterrâneo e do lado de fora tem-se uma bonita vista geral da cidade.

Aqui, os "olhos" do teto, vistos de fora.



Saindo da biblioteca, percorremos a cidade que, apesar de feia, avaliei como a mais bonita que vi no Egito.
Da janela, transitando a beira mar, vemos a Ponte Stanley. Na praia, mulheres de burca...

E chegamos ao Palácio de Montazah.
Com vista para o Mar Mediterrâneo, o complexo foi construído por Khedive Abbas II e inclui o palácio Salamalek e os jardins foram usados como reserva de caça privada.
O presidente Anuar Sadat ordenou sua restauração, tornando-o uma das residências oficias da presidência e, portanto, fechado ao público.
É em estilo turco-florentino e foi utilizado como hospital da Cruz Vermelha, durante a primeira guerra mundial.
Hoje também é conhecido como Palácio do Rei Farouk.

Atualmente os moradores de Alexandria vem aos jardins para relaxar e fazer picnics.

Uma selfie feita por Ziza, de nosso grupo, reduzido desde a chegada ao Cairo, a nós e mais um casal chileno muito simpático.
Ao longe vemos a cidadela de Quaitbay, construída no século XV para defender Alexandria dos avanços do Império Otomano.
Bombardeada pelos britânicos em 1882, foi reconstruída no século XX. Hoje abriga um pequeno museu naval.
Hora do almoço e rumamos ao restaurante incluído no passeio, observando, mais uma vez, a falta de cor e a feiura das cidades egípcias...

Por motivo já explicado, são muitos os prédios sem acabamento ou pintura.


O restaurante, bonito, mas como já se esperava, apenas um restaurante para turista, com comida fraquinha e sem opções...
O peixe tinha mais espinhas do que o Jaraqui, da amazônia. Quem conhece sabe do que estou falando... rs


Retornamos ao hotel,
podendo agora, finalmente, descansar um pouco da maratona que está sendo esta viagem.
Banho, jantar no quarto mesmo e dormir, com a sensação de que é cada dia mais difícil respirar por aqui...

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