No post de ontem, esqueci de contar que a Air France, apesar da minha reclamação pelas refeições a bordo, foi exemplar e coloca-se muito acima de qualquer aérea brasileira.
Alguns dias antes do voo, recebi um e-mail e um aviso no aplicativo do celular, avisando que o horário de saída do Rio de Janeiro seria alterado para cerca de uma hora e meia mais tarde, juntamente com novos bilhetes de conexão. Por telefone, em ligação para 0800 e, portanto, gratuita e atendida de imediato e em português, tirei uma dúvida sobre o check in e fiquei muito satisfeito com a tratamento.
Com o check in feito 30 horas antes, conforme as regras, apenas tive que adquirir os assentos em fileira dupla no aeroporto, pois o mapa fecha 48 horas antes. Aí, o único senão: após despachar as malas, cerca de 15 minutos na fila, no Galeão, para pagar os assentos.
Também preciso registrar algo sobre o hotel em Bruxelas, o Bedford. Além do belo hall de entrada, é muito grande e apropriado para receber convenções e eventos profissionais. Localizado na Rue du Midi, a 5 minutos do Manneken Pis e da Grand Place. O café da manhã é bem bom. Enfim, melhor impossível.
Bem, seguindo com a viagem, saímos em mais uma caminhada pela bela Bruxelas e às 10 horas rumamos ao ponto de encontro da excursão gratuita pela cidade.
Sim, excursões gratuitas existem na maioria das cidades turísticas pelo mundo. É uma forma de apresentar as opções pagas das agências. Essa era em espanhol e o guia, Samuel, deu ótimas dicas.
Logo no começo, nosso guia lembrou que Bruxelas é considerada a capital dos quadrinhos e foi logo mostrando um dos mais de 40 grafites espalhados pela cidade. Há até um mapa no site da prefeitura para os aficionados visitarem todos.
Só para dar um gostinho, o personagem Tintim, que meu filho adorava, criado pelo belga Hergé em 1929.
A Galeria Saint Hubert, de 1847,
a Catedral de São Michel.
Imaginem quando florir, em poucas semanas.
O transporte público é eficientíssimo!
E chegamos a um sítio arqueológico perto do centro, mas que encontrava-se fechado à visitação, dando para observar da rua mesmo, conforme fotos abaixo, por um vidro.
Ao chegarmos ao Palácio Real de Bruxelas, ouvimos a história que os belgas querem esquecer. A história do rei Leopoldo II, responsável pelo chamado holocausto negro, no Congo, atual Zaire. Além de ter instituído naquela nação, o trabalho escravo, seus enviados cortavam as mãos dos trabalhadores que não atingiam as metas, na exploração de marfim, que vitimou milhares de elefantes e borracha.
Para se ter uma ideia da desumanidade, um oficial, conhecido por Fiévez, tentando justificar a chacina de cem pessoas, quando estas não conseguiram fornecer aos seus soldados o peixe e a mandioca exigidos: “Eu fazia guerra contra eles. Um exemplo bastava: cem cabeças cortadas fora e a estação voltava a ser abastecida com fartura. Meu objetivo final é humanitário. Eu mato cem pessoas [...] mas isso permite que outras quinhentas vivam”.
Foram 10 milhões de congoleses mortos, contra os 6 milhões de judeus mortos pelo nazismo...
Hoje, essa história é praticamente omitida nas escolas e os belgas que a conhecem tem muita vergonha e fazem questão de tentar esquecer.
Curiosidade: existem duas estátuas à Leopoldo, na Bélgica. Uma no palácio e outra, numa cidade litorânea e que um dia teve uma das mãos cortada e enviada ao Congo/Zaire.
Seguindo em frente, a igreja de Saint Jacqes Sur Coldenberg, do século 18, em estilo neo clássico.
Prédios encantadores...
Fizemos uma parada no Scott´s e deu pra beber um chopp Grimbergen.
Continuamos o tour e chegamos a Igreja de Santa Catarina,
a Ópera House La Monnaie.
Ao final, quase 13:30 horas, o negócio é caminhar mais e comprar nossos tradicionais souvenirs: pratos e globinhos de neve, além de fazer primeira checagem das coisas locais.
Claro que comemos a tradicional batata frita belga,cujo segredo é ser frita duas vezes. Na primeira fritura a temperatura é de 130 graus e após descansar e esfriar um pouco, na hora de servir é frita novamente, a 180 graus. É utilizada banha de boi e não vegetal, para que não degrade pela temperatura.
Como sobremesa, deliciosos macarrons
e, claro, alguns chocolates locais.
Bruxelas é uma cidade encantadora e a temperatura estava em agradáveis 14 graus, com sol entre nuvens.
Ainda vamos comer um waffle. Deixa pra amanhã...
Detalhe: percebemos muitos militares pelas ruas.
E voltamos a Grand Place,
encantados com a beleza dos edifícios!!
Abaixo, o Hotel Amigo, que apesar de hoje possuir 5 estrelas, já foi, no século 16, uma prisão, durante a dominação espanhola. Existem duas histórias para seu nome. Uma diz que os prisioneiros utilizavam a palavra amigo para chamar os carcereiros espanhóis e outra diz que eram os carcereiros espanhóis que confundiam as palavras prisão e amigo, por conta de parcos conhecimentos do idioma flamengo.
Interessante citação, em uns azulejos, próximo ao Mont des Arts, que é um complexo urbanístico que reúne a Biblioteca Real, o Palácio do Congresso e um jardim.
Igreja St Nicolas
e retornamos à maravilhosa Grand Place.
Vale a pena umas panorâmicas...
Um charmoso food truck nas imediações
e simpáticos cafés e pubs.
Essa escultura, chamada "Ciclista", foi feita por Alain Séchas em 2005 e custou, acredite, 100 mil euros à cidade de Bruxelas.
Pra completar o dia, foi necessário nos agasalharmos para uma temperatura de 7 graus
e ter uma linda visão noturna da Grand Place.
Um bom Bordeaux, comprado mais cedo num supermercado e... boa noite, que amanhã tem excursão.
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