domingo, 17 de junho de 2012

O artista

Que filme!!!
Não a toa o ganhador do Oscar 2012 de melhor filme. Além de Michel Hazanavicius levar o de melhor direção, Jean Dujardin o de melhor ator e Mark Brifges o de melhor figurino.
O filme é francês, mudo e preto e branco, mas, diferente do que se possa imaginar, não é chato, desagradável ou inacessível. Pelo contrário, é belíssimo e dono de uma doçura indescritível, como a própria arte do cinema.
Uma sutil mistura entre Cantando na Chuva, de 52 e Nasce uma Estrela, de 54, não tem há como não nos emocionarmos com as imagens das platéias de antigamente, mais participativas e envolvidas com os filmes do que hoje em dia, ou com a própria natureza do cinema mudo, obrigado por suas limitações técnicas a contar histórias de forma completamente visual. Os ganhos em tecnologia, num certo sentido, representaram grandes perdas artísticas, de forma que hoje é preferível dar informações por diálogos expositivos, do que através de imagens como a concepção primária da arte cinematográfica parecia indicar.
Além do trabalho da dupla de protagonistas, Jean Dujardin e Bérénice Bejo, há cenas memoráveis e significativas, como a sequência em que o cachorrinho salva a vida do protagonista, ao tentar avisar um policial do perigo que o dono passava, afinal cachorros não falam e, o policial, mesmo com a agitação do bicho, não dá importância a ele e, apenas após a recomendação de uma velhinha (público de outros tempos?), aceita correr atrás do cachorrinho e encontrar o "artista" em perigo. Sem contar a idéia da protagonista, de salvar o ator que "não fala", através de um musical. Há, e a trilha sonora é engenhosa e nos lembra a emoção do cinema.
Filme magistral!!!

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