sábado, 27 de novembro de 2010

007 contra a chantagem atômica

Após o diretor anterior ter injetado adrenalina na franquia já em ascenção, Terence Young reassumiu o comando pela última vez.
Produção marcada por forte desavença jurídica. Quando Ian Fleming escreveu o livro “Thunderball” em 1961, ele pretendia que este fosse o roteiro para a primeira aventura do agente no cinema, para isso recebeu ajuda de um co-autor chamado Kevin McClory. Porém quando o filme foi cancelado, Fleming novelizou o roteiro escrito por ambos e não citou que a obra havia sido escrita em parceria com McClory. Este duelo de paternidade da obra rendeu problemas futuros e um pequeno atraso na produção.
Na história, a organização criminosa S.P.E.C.T.R.E sequestra duas bombas atômicas e ameaça destruir uma cidade inglesa ou uma cidade norte-americana se não receber um polpudo resgate. O agente 007 é enviado às Bahamas para deter os planos nefastos de Blofeld e seu “braço direito” Emílio Largo.
Largo é vivido pelo italiano Adolfo Celi, que inclusive sugeriu a idéia do tapa-olho que seu personagem utiliza. Como ele mesmo o definia: “Já que ele é um grande pirata da Guerra Fria”. O ator chegou a dirigir muitos filmes para os estúdios Vera Cruz e foi casado durante muito tempo com a atriz Tônia Carrero.
A Bondgirl foi interpretada pela antiga Miss França, Claudine Auger. Dominique Derval, ou simplesmente Domino é amante do vilão e só mudará de parceiro ao descobrir que seu irmão, um piloto de aviões, era apenas mais um peão dispensável no tabuleiro da S.P.E.C.T.R.E.
O filme fez história por ser o primeiro a utilizar câmeras submarinas, levando um prêmio da Academia pelos efeitos especiais inovadores.
Com a intenção de repetir o êxito obtido anteriormente com a canção interpretada por Shirley Bassey, os produtores escolheram o cantor em ascenção Tom Jones (antes tentaram Elvis Presley), a canção “Thunderball” emplacou e ficou em vigésimo quinto lugar na parada de Top 100 da revista Billboard.
Muitas cenas foram marcantes e são lembradas com carinho pelos fãs, como a fuga espetacular do espião pelos céus utilizando uma mochila voadora, muito à frente de seu tempo em 1965.
Sean Connery aqui apresenta seu ápice criativo como intérprete do personagem James Bond, destilando carisma a todo o momento. Um exemplo disso acontece na cena entre Bond e Fiona Volpe), que invade o quarto de 007 e se banha em sua banheira. Ao constatar a presença da intrusa, Fiona lhe pede algo que possa vestir para sair da banheira, no que James lhe estende um par de chinelos. Os diálogos sarcásticos marcam presença durante todo o filme.
007 contra a Chantagem Atômica obteve um recorde de bilheteria sustentado até hoje. É um filme muito bom, porém as muitas “mãos” no roteiro atrapalharam um pouco, tornando o filme, por vezes, desorientado.

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