quinta-feira, 7 de abril de 2011

Uma manhã gloriosa

O filme é dirigido pelo sul-africano Roger Michell, cineasta de traço impessoal, daqueles que dirige o material que cair em seu colo. É interessante o primeiro plano do filme, fechado, numa janela 4:3, própria da televisão, e que aos poucos vai se expandindo para o formato widescreen de cinema. É como se Mitchell anunciasse o conteúdo e a forma da história que ele está prestes a contar. No mais, deve-se ao diretor o ritmo adequado da narrativa e o entrosamento dos atores. No fundo, em produções de estúdio como essa, em que os executivos entram na sala de montagem sem pedir licença, é difícil afirmar o quanto da mão do cineasta está efetivamente impresso no resultado final.

Uma Manhã Gloriosa não é um filme que revolucione o gênero e acaba desperdiçando alguns protagonistas, principalmente Diane Keaton, mas o fato é que bons momentos de humor são encontrados aqui, muito em função da atuação cheia de energia de Rachel McAdams. Ela interpreta Becky Fuller, uma produtora de televisão que se vê trabalhando no Daybreak, um programa matutino fadado ao fracasso. Becky é uma workaholic ao extremo. Ela simplesmente não para. Parece que ela está impulsionada por litros de café e Red Bull, sempre atrás de alguma matéria interessante que possa aumentar a audiência do programa. Ainda que o roteiro exagere na tentativa de nos fazer rir atráves do humor pastelão, Rachel McAdams nos conquista com sua presença de espírito e doçura. Uma ideia para fazer o programa funcionar é ter Mike Pomeroy (Harrison Ford) como âncora. Ele é um jornalista renomado, vencedor de vários prêmios importantes. Vê-lo trabalhando no apelativo horário da manhã, esbanjando arrogância e sarcasmo, é garantia de boas risadas.

Apesar das qualidades, o filme sofre por ser formulaico e ter aquele ar de “mais do mesmo”. Quase nada é original e o rumo das coisas é fácil de advinhar. A trilha sonora em alguns momentos exagera na melosidade e o romance é previsível, forçado e não colabora em nada para a história.

Deixando essas irregularidades de lado, curtem-se bons momentos, que não tem pretensão alguma, a não ser divertir. Assistindo por esse ângilo, é uma delícia.

Infelizmente, a crítica, de maneira geral, anda muito mal humorada e caiu de pau no filme. Sem contar os pseudo intelectualóides...

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