quarta-feira, 2 de março de 2011

127 horas

O aventureiro Aron Ralston pega seu carro e dirige para fora da cidade, indo em direção da natureza composta por Canyons e um clima árido. No caminho, ele fala para a própria câmera: Apenas eu, a noite e a música. Amo isso! Já podemos ter uma noção sobre o personagem. Danny Boyle, o diretor de Quem quer ser um milionário, filma os primeiros minutos do filme empregando muita energia, sempre acompanhado pela trilha sonora. Ver Aron voando baixo com sua bicicleta em meio a uma paisagem tão bonita e se sentindo livre é um antagonismo gritante com o que vem a seguir.

O filme é baseado em uma história real. Ele mostra como Aron ficou com o braço preso em uma enorme rocha, no meio de uma fenda. Com a quantidade de água que ele tem, restam apenas 127 horas de vida. E é isso. O que poderia ser algo cansativo, torna-se uma experiência memorável nas mãos de Danny Boyle. Com um excelente trabalho de fotografia e, claro, uma atuação soberba de James Franco, nos colocamos no lugar do personagem e compartilhamos todos os sentimentos e aflições dele.

James Franco poderia ter desandado para um overacting, mas ele soube muito bem o que fazer. Durante o tempo que fica com o braço preso, Aron relembra certos aspectos da vida que poderia ter feito diferente e pensa sobre alguns erros que cometeu, como não dizer para onde ia e esquecer uma garrafa de gatorade no carro. O monólogo em que ele cria um tipo de talk show para se manter são é uma das grandes cenas do ano. Apesar do clímax gráfico e macabro, 127 Horas é um filme que afirma a vida a todo custo. A superação de Aron Ralston pode servir como motivação para vencermos nossos próprios problemas, que esperamos, não sejam tão complicados como foi o dele.

Um comentário: