segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Educação no Brasil
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Conan operado
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Matando a saudade
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Amigo (a) bipolar
Mas quando muda de humor é de amargar
Fico com pena é da sua namorada
Dá muito duro e não consegue agradar
Pois se um dia ele quer muito uma coisa
No outro dia ele não sabe e já não quer
E de repente, caiu a ficha
Eu acho que ele é bipolar
Eu acho que ele é....
Eu acho que ele é bipolar
Eu acho que ele é....
Conheço um cara que é muito engraçado
Mas quando muda de humor é de amargar
Fico com pena é da sua namorada
Dá muito duro e não consegue agradar
Vai no barbeiro e diz que macho rói a unha
Já no salão depila, corta e até lixa
E mesmo manso, procura rixa
Eu acho que ele é bipolar
Eu acho que ele é....
Eu acho que ele é bipolar
Eu acho que ele é....
Conheço um cara que é muito engraçado
Mas quando muda de humor é de amargar
Fico com pena é da sua namorada
Dá muito duro e não consegue agradar
Na academia tira onda de machão
E lá na banda de Ipanema é odalisca
E de repente, caiu a ficha
Eu acho que ele é bipolar
Eu acho que ele é....
Eu acho que ele é bipolar
Eu acho que ele é....
Quase carnaval
Que toque em dias de folia
Quero eternas melodias
Embalando os blocos e seus foliões
Não quero a mera nostalgia
Que mora em carnavais de outrora
Quero é ser feliz agora
Com amor presente em nossos corações
Eu acredito que ainda exista espaço
Pra canção bonita que jamais morreu
Pois apesar de tantos descompassos
Posso ver palhaços loucos como eu
Vem, amor
Que hoje é carnaval
Vem cantar até raiar o dia
Vem, amor
Que hoje é carnaval
Ser feliz é nossa fantasia
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Certeza
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
O segredo dos seus olhos
Apesar de poder ser enquadrado como filme policial, afinal o elemento central à trama é um crime, há poucos tiros e nenhuma explosão. A tradicional adrenalina das perseguições de carro que nos acostumamos a ver nos filmes hollywoodianos é muito bem substituída por uma bela sequência de imagens aéreas de um estádio de futebol lotado em pleno fervor do jogo. Ou seja, tudo redimensionado a escalas mais humanas e realistas.
As idas, vindas e voltas de cortes temporais fazem os paralelos com o passado dos envolvidos e também com a história argentina. Os meandros da justiça e a época da última ditadura no país são tratados de forma econômica e sem demagogia. Mas, por outro lado, às vezes, fica difícil de entender tanta "argentinidade". São várias as referências feitas a ruas, lugares, personalidades e contexto histórico. Um dado importante para acompanhar melhor alguns desenlaces do filme: o crime se passa na época do governo de Isabel Perón e das ações constantes da "Triple A" (Aliança Anticomunista Argentina), grupo de repressão do Estado que recrutou gente da pior espécie, entre oficiais de polícia exonerados por delitos, civis com fichas criminais e matadores de aluguel.
Baseada no livro La pregunta de sus ojos, de Eduardo Sacheri, a produção argentina e espanhola é um desses raros casos em que uma obra é superada pela adaptação. Apesar de não ser desconhecido dos leitores argentinos, o romance de Sacheri com certeza nunca chegou a 18 semanas consecutivas no topo de nenhum ranking, como fez o filme nas bilheterias argentinas. Na sua sexta semana de exibição, O Segredo dos Seus Olhos já era o filme nacional de maior arrecadação na Argentina e hoje é considerado o mais visto dos últimos 35 anos no país.
O orçamento curto foi bem distribuído entre as sete semanas de filmagens, os atores de primeira e os cenários simples, mas impactantes - como o edifício central dos tribunais e as cafeterias da capital argentina, que não precisam de retoques, além do já mencionado estádio de futebol do time Huracán. A bela fotografia também merece destaque e o enquadramento só peca pela repetição muito constante dos desfoques de primeiro plano. Parece que a verba só não deu conta de um quesito: a maquiagem. Ao longo dos 25 anos que se passam na história, as marcas do tempo ficam meio forçadas.
O grande trunfo de O Segredo dos Seus Olhos é o seu elenco, especialmente o ótimo Ricardo Darin como o personagem central. Trata-se de uma performance melancólica que confere o tom ao filme, no papel de um sujeito que passou a vida como sabendo que se lhe reserva um destino medíocre. O seu Benjamin Espósito em dado momento se pergunta: “Como se faz para viver uma vida vazia?” ou a variante “Como se faz para viver uma vida cheia de “nada”?”. A força e o interesse do filme até certo ponto residem na relação que Benjamin desenvolve com a sua chefe, a juíza Irene Menéndez Hastings, que aos seus olhos parece intocável e vinda de outro mundo, uma mulher forte e elegante que guarda o seu melhor sorriso apenas para o noivo poderoso com quem está comprometida. É um dos casais mais improváveis do cinema recente, o que justamente por isso resulta em um curto-circuito em todas as vezes que ambos os personagens contracenam, sublinhando a paixão desesperançada de Benjamin pela colega de trabalho. A maioria das cenas no fórum desnudam a formalidade de ambientes e funcionários rígidos e austeros. Por sinal, Irene é dona de um dos melhores momentos do filme, no interrogatório com o principal suspeito do assassinato, em que ela humilha e manipula o acusado. Enquanto Irene se mostra inatingível ao interesse romântico de seu subordinado, a trama desfruta de certa credibilidade. Mas o rumo que o desenvolvimento da relação toma perto do desfecho não é muito convincente, enfraquecendo ainda mais o resultado final de um filme repleto de bons elementos, mas desengonçado em sua totalidade.
Bem, de qualquer maneira, o desenrolar dos acontecimentos cria um suspense envolvente e o desdobramento dos personagens contribui com boas surpresas, compondo alguns dos segredos que hipnotiza os olhos de quem vê. Em suma, a indicação ao Oscar é merecida. Agora resta saber como acaba a tal história contada por Darín.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Trocando em miudos
Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado
Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Domingaço!
O discurso do rei
Como um bom filme inglês, temos um período histórico decisivo para o país tratado com toda a pompa e circunstância. O rei George VI assume o trono após a desistência de seu irmão, e, gago, teme realizar os discursos direcionados à sua nação. Uma premissa como essa poderia não ser valorizada em dias atuais, logo, o roteiro faz questão de contextualizar a importância da fala de um rei diante do advento do rádio e, principalmente, da iminência da Segunda Guerra Mundial.
Pelo tema sisudo e roteiro centrado em diálogos, O Discurso do Rei daria um filme classicista, não fosse o uso extremamente competente da linguagem cinematográfica para ajudar a contar as aflições do rei Albert. O diretor conta com uma direção de fotografia que enquadra o protagonista sempre nos cantos, em planos frontais, mas que beiram milimetricamente o plongée (de cima para baixo). O desequilíbrio cria uma sensação de desconforto, evidenciando o sentimento de inadequação do monarca.
A câmera funciona igualmente bem para o outro lado da moeda, Lionel Logue, um inadequado de outro tipo - fonoaudiólogo nada ortodoxo que tem a tarefa de ensinar Albert a expressar-se com clareza. O embate de ideias (e educações) é fundamental ao filme e o trabalho de Cohen, que compreende também excelentes sequências de plano e contraplano - que desfrutam do citado desequilíbrio -, participa dele com voz firme.
Alheios a tudo isso e focados em suas próprias tarefas, Colin Firth e Geoffrey Rush executam seus trabalhos de maneira inspirada. O primeiro dá ao rei a inconstância física e dualidade que o papel exige. Na vida íntima, com a esposa e filhas, surge terno e fala com fluidez reservada. Quando precisa desempenhar seu papel como nobre, porém, mantém a dignidade e o porte, mas gagueja de maneira dolorosa de assistir. Fica ainda mais evidente a qualidade do trabalho de Firth quando o vemos durante longas cenas ao lado de Geoffrey Rush. Lionel é um papel menos exigente - e Rush um ator dotado de mais recursos (sua internalização na cena do ensaio da coroação na catedral é brilhante) -, o que poderia enterrar um trabalho menos competente. Se atuar é a arte de reagir, Firth e Rush engajam-se em suas reações como ninguém.
Helena Bonham Carter, deixando de lado suas pesonagens estridentes, dedica-se a uma mulher normal. A atriz interpreta a esposa de Albert com interesse. O elo fraco é mesmo Timothy Spall. Ainda que excelente ator, ele dá um peso desnecessário às aparições de Winston Churchill. O inglês era, sim, uma figura que parecia saída de um desenho, mas Spall se entregou às caras e bocas na oportunidade de interpretá-lo. Ao menos sua participação é breve.
Hooper, o diretor, também é extremamente feliz na criação da atmosfera de ameaça vindoura da Segunda Guerra. O grande antagonista do filme é o microfone, mas o eloquente Adolf Hitler também faz rápida aparição. A cena em que o Rei Albert o observa discursando, franjinha em desalinho devido ao esforço teatral, é quase cômica. As proverbiais nuvens que prenunciam tempestades também surgem na forma de uma sequência na névoa distante, em que paciente e terapeuta brigam sob uma opressiva luz difusa.
Com o intuito de colher informações para escrever o filme, o roteirista contou que procurou a Rainha Mãe, morta em 2002, algumas décadas depois dos fatos. "Por favor, não o faça enquanto eu estiver viva. A memória desses eventos ainda é muito dolorosa", ela escreveu de volta.
Dolorosa ou não, a história não poderia ter sido contada de maneira mais elegante em O Discurso do Rei.
Filme magnífico!
Pré carnaval
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Presente de sábado
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Lua cheia.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Fotos impressionistas
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Fisioterapia
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Samba com endereço certo.
Eu quis te dar
Um grande amor
Mas você não
Se acostumou
À vida de um lar
O que você quer é vadiar...
Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
Não precisa se preocupar
Se passares da hora
Eu não vou mais te buscar
Não vou mais pedir
Nem tão pouco implorar
Você tem a mania
De ir prá orgia
Só quer vadiar
Você vai prá folia
Se entrar numa fria
Não vem me culpar
Vai Vadiar!...
Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
Quem gosta da orgia
Da noite pro dia
Não pode mudar
Vive outra fantasia
Não vai se acostumar
Eu errei quando tentei
Lhe dar um lar
Você gosta do sereno
E meu mundo é pequeno
Prá lhe segurar
Vai procurar alegria
Fazer moradia na luz do luar
Vai Vadiar!...
Vai Vadiar! Vai vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
(Vai Vadiar!)
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
Vai Vadiar! Vai Vadiar!
Numa estrada dessa vida
Eu te conheci
Oh, Flor!
Vinhas tão desiludida
Mal sucedida
Por um falso amor
Dei afeto e carinho
Como retribuição
Procuraste um outro ninho
Em desalinho
Ficou o meu coração
Meu peito agora é só paixão
Meu peito agora é só paixão...
Tamanha desilusão
Me deste
Oh, Flor!
Me enganei redondamente
Pensando em te fazer o bem
Eu me apaixonei
Foi meu mal
Agora!
Uma enorme paixão me devora
Alegria partiu, foi embora
Não sei viver sem teu amor
Sozinho curto a minha dor
O motor explodiu!
Amar!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
O turista
Deixando de lado a polêmica gerada sobre os limites das piadas do ator, a questão que fica em relação a O Turista é apenas esta: Ricky Gervais – e, por extensão, a grande maioria da crítica norte-americana – tinha razão em seus comentários depreciativos sobre o filme? Sim e não. Sim, porque trata-se de uma produção que jamais encontra o seu tom, conduzida com incerteza por seu diretor e baseada em um roteiro que abusa de lugares-comuns sem o menor receio. E não, ele também não tinha razão, porque, enquanto tenha os seus diversos problemas, ainda assim trata-se de um filme que oferece charme suficiente e momentos agradáveis para entreter durante seus pouco mais de noventa minutos, beneficiado inclusive com a presença de dois dos maiores astros da atualidade, que capturam a plateia sem muito esforço.
O mais interessante em uma análise sobre O Turista é o fato de que o filme tinha absolutamente tudo para dar certo. Além da presença de Depp e Jolie, atores competentes, a produção trazia no comando o alemão Florian Henckel Von Donnersmarck, responsável pelo belíssimo A Vida dos Outros e um roteiro assinado pelo próprio diretor, por Christopher McQuarrie, vencedor do Oscar por Os Suspeitos (The Usual Suspects, 1995), e Julian Fellowes, também vencedor do Oscar por Assassinato em Gosford Park. O que, então, deu errado? Como tanto talento unido conseguiu construir uma obra tão irregular? Onde foi que o trem saiu dos trilhos?
Estas são perguntas capazes de gerar uma série de respostas possíveis. Em primeiro lugar, trata-se de um filme despretensioso. O Turista, mesmo com tanto pedigree envolvido, jamais tenta ser algo mais do que uma boa diversão repleta de estilo, propósito no qual, de certa forma, é bem sucedido. Von Donnersmarck sabe filmar e captura todo o glamour e classe de uma superprodução com estrelas deste porte em um cenário como Veneza. Trata-se, indiscutivelmente, de um filme conduzido por alguém com um olhar estético apurado, um cineasta que, mesmo encontrando dificuldades em relação a encontrar o tom de sua narrativa, possui um estilo clássico de filmar, sem grandes afetações e valorizando ao máximo suas estrelas e a comparação de O Turista com Ladrão de Casaca, de Hitchcock, não é de todo exagerada.
No entanto, talvez seja aí que more o problema do trabalho de Von Donnersmarck neste filme. Recém-descoberto pelo mundo graças a uma pequena obra, o cineasta parece um pouco deslumbrado com o seu primeiro grande trabalho hollywoodiano. Se as cenas de ação e suspense sem tensão alguma podem ser creditadas à sua falta de experiência no gênero, ainda assim era de se esperar que ele se focasse mais na condução da história do que unicamente na forma de fotografar seus astros. Este desvio de objetivo se torna claro quando O Turista oscila entre o romance, a comédia e o mistério sem muito equilíbrio, enquanto von Donnersmarck faz com que até mesmo os coadjuvantes do filme sintam-se embasbacados com a presença de Angelina Jolie, o que fica claro em sua caminhada pelo salão no baile, quando todos os convidados a observam como se não fosse apenas mais uma ali dentro.
Aliás, este é outro dos problemas de O Turista. A relação que surge entre os protagonistas jamais se torna crível ou natural, soando apenas como recurso vazio de um roteiro artificial. Quando estão juntos em tela, Depp e Jolie têm boa dinâmica e alguns diálogos bacanas, mas jamais convencem como casal. E, por se tratar de um filme construído em torno dessa ligação, a obra fica enfraquecida. Como se não bastasse, a aproximação entre eles é a apenas mais um dos clichês presentes na história, algo que não deixa de ser surpreendente ao se analisar o histórico de trabalhos realmente originais e com ideias novas dos roteiristas responsáveis pelo texto. Em O Turista, o espectador se vê diante de lugares-comuns típicos dos piores produtos do cinema norte-americano, como o fato de a polícia não acreditar no herói, o vilão caricato com sua dezena de capangas idiotas e cenas que logo se revelam sonhos.
Mais do que isso, a trama ainda aposta em diversas conveniências para que possa se mover (a maior delas logo no início: e se Elise sentasse em outro lugar no trem?), ao mesmo tempo em que tem todas as suas surpresas previstas de antemão pela plateia. Aliás, chamá-las de surpresas chega a ser elogio; no máximo, tratam-se de reviravoltas da trama, mas sem o menor impacto para os espectadores que já assistiram a qualquer filme do gênero. E, o pior de tudo, são revelações que fazem pouco ou nenhum sentido, quando analisadas dentro do contexto geral. Para fechar, Von Donnersmarck, McQuarrie e Fellowes ainda entregam alguns dos diálogos mais vergonhosos do ano, como quando Frank diz “Mas eu estou apaixonado por você” quando Elise se afasta em um barco ou, tão ruim quanto, o momento no qual Shaw fala: “Sacrifiquei algo muito importante: a minha alma”. Sem qualquer exagero, fica difícil não sentir vergonha pelos atores ao ouvir falas como estas.
Bem, considerando-se o currículo dos principais envolvidos, certamente era de se esperar algo de qualidade melhor, e não uma obra boba e frágil, desprovida de emoção. Ainda assim, está longe de prejudicar o currículo de alguém.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro
Alguns homens nascem apenas para a guerra. Roberto Nascimento, o já icônico personagem vivido por Wagner Moura, é uma dessas pessoas. No final de “Tropa de Elite”, Nascimento fora abandonado por sua esposa grávida, o que lhe desmotivou da ideia de sair do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE) do Rio de Janeiro.
Esta sequência, tal qual o original, tem em seu leme o diretor José Padilha, que escreveu o roteiro do longa ao lado de Bráulio Mantovani. A dupla, de maneira inteligentíssima, traz um exercício de metalinguagem como pontapé inicial do filme. Após uma ação do BOPE no presídio de Bangu I, que trouxe graves repercussões políticas, os dois líderes do batalhão, o Coronel Nascimento e o Capitão Mathias tiveram “punições” diferentes. Nascimento foi elevado à posição de herói por sua resposta firme junto aos criminosos, assumindo o cargo de Subsecretário de Segurança Pública. Já Mathias é usado como bode expiatório pelo governo e expulso em desonra do BOPE.
Na posição ideal para conseguir travar sua luta contra o tráfico de drogas, Nascimento descobre que a situação não é tão simples quanto ele pensava, percebendo que as raízes da corrupção são bem mais profundas do que meros policiais subornados por traficantes. Além de encarar um inimigo que parece ser onipotente, o Coronel ainda tem de encarar a própria solidão, encontrando-se afastado do filho e vendo sua família sendo chefiada pelo ativista político Fraga, seu maior crítico público. Os desafios enfrentados por Nascimento convergem de maneira explosiva em um conflito que mudará toda a percepção de realidade do personagem.
Interessante notar que Padilha pega todas as crenças e certezas que Nascimento tinha no primeiro filme e as desconstrói de maneira brilhante aqui. Em dado momento, Nascimento imagina as consequências de seu plano para a segurança pública, apenas para depois compreendermos, com a ajuda do próprio personagem, que nada do que fora planejado realmente aconteceu. Deste modo, a continuação não funciona apenas como um mero desdobramento dos temas propostos na primeira fita, mas como uma evolução daquele longa, mostrando que a resposta meramente coerciva para o problema da violência funciona tão bem quanto um band-aid para uma perna gangrenada.
A produção é tão sutil quanto um rolo compressor ao mostrar algumas de suas facetas. Sua violência é tão explícita quanto a hipocrisia política de seus “vilões”, sendo difícil saber qual das duas provoca mais revolta e asco junto a nós. Em um momento catártico, Nascimento surra sem dó ou piedade um político corrupto. Essa falta de sutileza merece ser saudada, pois a fita transmite, sem dourar a pílula, quão grave e assustadora é a situação nada fictícia que é mostrada.
O elenco é simplesmente magnífico. Wagner Moura entrega uma performance arrebatadora, com o Coronel Nascimento revelando a cada instante sua frustração perante seu verdadeiro inimigo. Ora, Nascimento é um homem que nasceu para a luta, tanto que os momentos de ternura e de diálogo que possui junto ao filho são em um tatame de jiu-jítsu. Colocá-lo em meio ao território inimigo completamente fora de seu terreno de ação foi crucial para nos mostrar um lado mais frágil daquele homem e fazê-lo rever suas crenças.
Enquanto no primeiro longa o Nascimento que víamos na farda preta era um leão altivo, cujos conflitos psicológicos irromperam quando da gravidez de sua esposa, todas as cenas que retratam o personagem de terno e gravata nesta continuação, mostram um homem apequenado, embora não pare de lutar contra a sujeira ao seu redor, algo retratado por Moura na postura física de seu personagem e do cansaço em sua voz. A evolução de Nascimento dialoga diretamente com o clássico policial “Serpico”, inclusive na desconstrução de crenças dos protagonistas de cada produção.
Irandhir Santos foi um verdadeiro achado para o papel de Fraga. Com um personagem tão forte quanto Nascimento do outro lado do espectro, seria muito fácil transformar um ativista social em uma figura caricata, mas Fraga vai além de ser apenas um contraponto inteligente ao Coronel. O respeito mútuo que nasce entre os dois homens também advém de um arco narrativo que é bem explorado para apresentar diferentes camadas ao seu personagem, como o ciúme que sente de sua família.
André Ramiro aparece pouco, mas aparece bem, de volta ao papel de Mathias, uma das peças cruciais no verdadeiro jogo de xadrez que é este filme. Ramiro possui duas cenas em especial, mostrando que Mathias está longe de ser aquele rapaz idealista do começo do primeiro filme.
Outro egresso da fita original, Milhem Cortaz diverte e enoja, como o covarde e corrupto Coronel Fábio. Falando em figuras detestáveis e cômicas, André Mattos dá um show como um demagogo apresentador de programa policial sensacionalista que se torna um político hipócrita. Sandro Rocha, que na primeira produção teve um papel pequeno, aqui retorna como o Policial Rocha, grande antagonista de Nascimento e líder das milícias, nova facção criminosa que se apresenta. Perigoso, corrupto e sanguinário, Rocha é um necessário vilão “clássico” que aparece em um longa onde o próprio sistema é o inimigo.
Tecnicamente, o filme é perfeito, com Padilha trabalhando com a mesma equipe do original. Montado de modo que se torna impossível tirar os olhos da tela um momento sequer, “Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro” hipnotiza por seu ritmo empolgante e pelo trabalho fenomenal de câmera realizado em suas cenas de ação, que remete às produções como “Zona Verde” (aliás, repare na “Operação Iraque” que acontece em dado momento do filme).
A evolução mostrada nos temas e na técnica do primeiro filme para este não desmerece de modo nenhum o longa original, que ganha mais força ainda, com o crescimento pessoal de Nascimento na sequência. Mais do que uma sucessão de tiros e frases de efeito, “Tropa de Elite 2” é uma obra densa e destemida, que não se furta em expor os problemas de uma sociedade doente e de um sistema político moribundo.
Mais um domingo de sol
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Sábado, amigos
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Hipocrisia
Irresponsabilidade emocional
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Ser normal
A nossa verdadeira natureza é muito delicada e é preciso muito cuidado pra não esconder nem distorcer aquilo que mais verdadeiramente somos...
Quantas vezes eu me machuquei tentando ser diferente do que eu era só pra ser igual ou para agradar ao outro... ou melhor... aos outros; porque, quando tem muita gente sendo de um jeito igual, aí é que as pessoas acham que é ser normal... por mais estranho que seja esse jeito...e eles vão sendo, sem notar quão louco pode ser o dito "ser normal"...
Mas é assim mesmo... a toda hora a normalidade pode nos pegar desprevenidos e estamos lá, de novo, seguindo algum normal e pertencendo a um bando de normais...
E na hora de agir... agimos seguindo as normas do bando... e não a nossa alma...
Colocamos tanta coisa a nos esconder que até perdemos contato com nossa essência.... mas ela está aí o tempo todo... nos chamando... as vezes num sussurro.... numa lembrança.... numa saudade...
Somos todos Um nos expressando de forma maravilhosamente única ou de forma unicamente normal, se essa for a sua escolha... acho que é assim...
Ser diferente é deixar livre aquele serzinho mais simples que tem dentro de você... aquela parte que você é em essência e que sente tão bem quando está sendo...
Uma vez que você experimenta o gostinho de "ser quem você realmente é" nunca mais desiste de buscar, de novo, Ser...
E então você não quer mais ser normal... não quer mais acordar na hora que todo mundo acorda... dormir na hora que todo mundo dorme... tomar café como todo mundo... usar as roupas que todo mundo usa.... enfim, não quer mais ser igual a todo mundo.
... tudo é tão previsível... tão sem graça e sem cor... tudo tão normal...
Então... é aí que você pode escolher.... ou, ficar protegido pela pálida e opaca luz dos previsíveis da normalidade... ou, se arriscar a dar um salto no escuro do desconhecido e ir de encontro a você mesmo.
Se você quiser correr o risco de seguir a sua natureza pode ser chamado de rebelde... mas a escolha é sua.
....ou você se rebela contra o que é normal ou contra a sua natureza...
E é lindo ter a liberdade pra ser único e expressar aquilo que você é...
E quando você se encontra você pode até fazer tudo, normalmente, igual a todo mundo e ainda assim ser você mesmo...
Esse "ser você mesmo" é uma coisa muito sutil... não depende muito do fazer... é uma fidelidade que você tem com a sua alma e você sabe que está sendo... mesmo que possa aparentar que não...
E além do mais pra quê ser normal...... melhor é ser feliz...
(Rubia A. Dantés)
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Bravura indômita
Os irmãos Cohen já se estabeleceram como cineastas extremamente sólidos. A filmografia deles é algo invejável, quase sempre com ótimos trabalhos e às vezes com obras-primas, como Fargo e Onde os Fracos Não Tem Vez. Bravura Indômita pode não merecer o epíteto de obra-prima, mas sem dúvida representa toda a qualidade e estilo do cinema dos irmãos.
Assisti hoje, dois dias antes da estréia no cinema e digo que aqui temos a primeira real incursão dos Cohen no western e o resultado não poderia ter sido melhor. A madura garota Matie Ross só tem uma ideia na cabeça: caçar o homem que matou o pai dela, em qualquer lugar em que ele esteja. Ela contrata um marshal para ajudá-la nessa empreitada, apesar do mesmo passar tempo demais com álcool no sangue. Rooster Cogburn, interpretado com todos os atributos que podemos esperar de um ator tão bom como Jeff Bridges. O elenco é excelente, assim como o roteiro e a fotografia de Roger Deakins, que com facilidade transmite o clima do velho oeste.
Bravura Indômita também contém o humor peculiar dos irmãos, dessa vez numa intensidade maior do que o normal, principalmente nos primeiros trinta minutos. Diálogos um tanto cínicos são pronunciados de maneira natural pelos atores, garantindo nosso riso. Como exemplos, quando Rooster fala que não paga por whisky, já que confisca tudo como homem da lei e também quando o personagem de Matt Damon diz que no Texas ele ficou tantos dias sem água que bebeu água suja de uma pegada de cavalo e ficou feliz por isso. Quando o assunto é violência, as coisas ficam bem sérias e rapidamente voltamos a sentir o perigo do ambiente hostil. Os Cohen conseguem fazer essa transição com naturalidade. Como ponto negativo, acredito que o filme perde um pouco da força quando tenta buscar um certo sentimentalismo nos personagens, mas nada que incomode de fato.
O roteiro do filme é realmente muito interessante e te prende a atenção desde o início, deixando a gente na vontade de ver o que vai acontecer. E o que ajuda nisso também, são os personagens engraçadíssimos: Cogbrum e LaBeouf tentam ser durões, mas eles conseguem ser bem engraçados, graças a Jeff Bridges e Matt Damon: Cogbrum é um velho que bebe toda hora e acha que é o dono da razão; e Labeouf é um "Texas Ranger"que se orgulha por ter passado necessidades em uma de suas aventuras, e fica se gabando por ser um "Texas Ranger". Jeff e Matt estão ótimos nos papéis, e conseguem com facilidade cativar o público e nos fazer rir, com as brigas que eles têm por se acharem um melhor do que o outro.
Além disso, o filme tem um belo final, melancólico, bonito e muito bem planejado pela história do filme, e pelos sentimentos que os personagens tem entre si. No fim, Bravura Indômita é um excelente filme que relembra o gênero faroeste de antigamente, com direitos a batalhas e revanches com arma e tudo. O longa pode ser um grande concorrente ao prêmio de melhor filme, além de ator e atriz coadjuvante; esse último prêmio é muito merecido para a atriz Hailee Steinfield. Mas eu pensei que ia ter um elemento básico dos filmes de faroeste: os famosos duelos entre o vilão e o mocinho, onde apenas um deles sai com vida. Bravura Indômita estreia nos cinemas nessa sexta feira, dia 11 de fevereiro. Uma curiosidade: os diretores Joel e Ethan Cohen não assistiram o filme original, lançado em 1969. Eles não queriam fazer uma cópia do original, e sim uma versão deles baseado no livro que deu origem ao longa original.
Apaixone-se
(o sonho de ninguém deve ser mais apaixonante que o seu).
Apaixone-se por sua família
(mesmo que ela não seja do jeito que você planejou, ainda assim, ela é a sua família).
Apaixone-se pelo SEU talento
(mesmo que seu lado crítico insista para você escolher realizar outras coisas, mais "convenientes").
Apaixone-se mais pela viagem do que pela chegada a seu destino (a primeira é garantida).
Apaixone-se pelo SEU corpo
(mesmo que ele esteja fora de forma, pois de "qualquer forma" ele é a única casa que você realmente possui).
Apaixone-se pelas suas memórias mais deliciosas
(ninguém pode tirá-las de dentro de você e elas são excelentes fontes de inspiração em momentos de dor).
Apaixone-se por aquelas besteiras saudáveis que passam por sua mente entre um e outro momento de estresse (elas ajudam a sobreviver!).
Apaixone-se pelas pessoas que estão ao seu lado na caminhada do dia-a-dia (a pessoa certa é aquela que está definitivamente do seu lado).
Apaixone-se pelo sol
(ele é fiel, gratuito, absolutamente disponível e dá prazer).
Apaixone-se por alguém
(não espere alguém se apaixonar antes por você, só por garantia e segurança).
Apaixone-se pelo SEU projeto de vida
(acredite, a vida é só sua!).
Apaixone-se pela dança da vida, que está sempre em movimento dentro da gente, mas que, por defesas nós teimamos em aprisionar.
Apaixone-se mais pelo significado das coisas que você conquistar do que pelo seu valor material.
Apaixone-se por SUAS idéias
(mesmo que tenham dito que elas não serviam pra nada).
Apaixone-se por SEUS pontos fortes
(mesmo que os pontos fracos insistam em ficar em alto relevo no seu cérebro).
Apaixone-se pela idéia de ser verdadeiramente feliz
(felicidade encontra-se de sobra nas prateleiras de seus recursos interiores).
Apaixone-se pela música que você pode ser para alguém...
Apaixone-se definitivamente por VOCÊ !!
APAIXONE-SE RÁPIDO! O PODER DE DECISÃO SÓ PERTENCE A VOCÊ!!