quinta-feira, 31 de maio de 2012

Europa 2012 - V

Ainda com as pernas em frangalhos, mas bastante animado com mais um tour pelos bosques de Viena, agora ao sul.
Antes, um capuccino e um croissant de queijo, numa cafeteria, porque ninguém merece aquele chafé e pau duro do hotel.
A caminho da saída da cidade, no ônibus de turismo, uma foto da embaixada brasileira em Viena, que, segundo ouvi, é considerada a segunda mais bonita, perdendo para o prédio da França.
Vamos na direção da cidade romana de Baden, conhecida pelas suas águas termais, onde fica a casa em que Beethovem escreveu a Nona Sinfonia e seguimos pelo Vale Helenental,


chegando a Mayerling, a casa de caça, onde, em 30 de janeiro de 1889, o príncipe herdeiro Rudolph e a baronesa Vetsera tiveram morte trágica. Conta-se que ambos se suicidaram, a la Romeu e Julieta. A história verdadeira permanece um mistério, pois, a fim de evitar constrangimentos perante a igreja, todos os vestígios do romance foram eliminados. Rudolph está enterrado na cripta imperial, em Viena e Maria no cemitério local. Diz-se que foi uma bela história de amor, que emociona os austríacos até hoje.
Após a morte do herdeiro, o imperador Franz Joseph transformou o local numa capela da ordem Carmelita Descalças e hoje é um dos memoriais mais visitados do país.



Um dos aposentos preservados no memorial
A seguir, fomos a Abadia de Heiligenkreuz (Santa Cruz), uma basílica românica de três naves, obra prima do barroco.


Mais um órgão belíssimo!



A sala do capítulo, com a tumba do último da família Babenberger, a qual governou desde 976, morto em 1246, lutando contra os húngaros.
A bela sala da fonte. Uma sala gótica de nove lados, com os vitrais representando personalidades da dinastia dos Babenberger


Depois do "banho" de história, chegamos a Hinterbruhl e sua famosa gruta, a Seegrotte, contendo o maior lago subterrâneo da Europa, 450 metros abaixo da superfície. Há, foi dica de um amigo brasileiro que já morou em Praga. Obrigado Diniz!
Originalmente uma mina de gesso, uma explosão mal planejada fez jorrar 20 milhões de litros e inundando as galerias inferios. Durante a 2a. Guerra Mundial foi a fábrica dos caças a jato Heinkel He 162. Ao final da guerra, atingida por sete bombas aliadas e cerca de três anos depois foi aberta à visitação.



Aqui, expostos, antigos objetos dos mineiros, recuperados na mina.

Agora, o incrível lago subterrâneo, onde tive a oportunidade navegar por alguns minutos, num barco elétrico.






Uma foto, ainda que de longe, do Castelo de Liechtenstein, no alto de uma colina

e, voltando à capital, mais algumas fotos.
O Albertina, belo espaço, em cujo subsolo jantei dias atrás, lembram?

A Ópera de Viena, primeiro edifício erguido na Ringstrasse.


Perfeita integração entre o histórico e o atual:
A Galeria Secession, cosntruída em 1897/98, local de exposições dos artistas modernistas, com sua cúpula de folhas douradas,


e a estátua a Goethe.

Finalmente, o tão falado Castelo de Schonbrunn!

 Construído entre 1692 e 1780, como residência de verão da Imperatriz Maria Teresa e sua família e outros soberanos de Habsburgo. Possui um parque de 1,76 km2, fontes, zoológico e salas que chegaram a custar, pelo menos uma delas, 1 milhão de florins, moeda da época, o equivalente, aproximadamente, a 2,5 milhões de reais. Eu diria que o palácio, em suntuosidade, perde apenas para Versailles.

A fonte de Netuno, nos jardins do palácio. 

Mais um globo de neve, um café e, findo o tour, de volta ao centro de Viena para continuar admirando seus belíssimos edifícios.

Um bom Gulasch para o meu "almojantar", acompanhado de cerveja austríaca Trumer e finalizando com um apfelstrudel.
Os tours que realizei em Viena, foram previamente comprados no Brasil, pelo site http://www.city-discovery.com/. Alguns vouchers só chegaram ao meu e-mail via celular, pois já havia saído do Brasil e nem todos estavam agendados pela agência local quando cheguei. Consegui resolver sem despesas, com a ajuda do proprietário do hotel em que eu estava e, de volta, fui contactado pela City Discovery, que se desculpou por qualquer transtorno causado e me concedeu um desconto de 15% no valor pago em um dos tours. Recomendo a City Discovery!
Antes que eu me esqueça, na Áustria a moeda corrente é o Euro mesmo, o que simplifica bastante as transações na rua. Além disso, apesar da língua falada ser o alemão, qualquer entende inglês bem.
Aliás, por falar em idiomas, em dois dos tours, o guia dava explicações em alemão, inglês, francês, espanhol, italiano, japonês, coreano e russo!!! Muito legal, mas pobre do meu cérebro, pois em dado momento eu já nem sabia mais em que língua eu estava me dirigindo aos meus eventuais interlocutores. Até sozinho (sim, quem não fala sozinho?), eu falava comigo mesmo em outra língua...

No hotel, já tarde, adiantei o check out, porque amanhã é dia de pé na estrada, ou melhor, nos trilhos...

Europa 2012 - IV

Domingo, dia iniciado com uma boa caminhada, fotografando a belíssima cidade, seus jardins, edifícios e igrejas, de arquitetura predominantemente gótica.
Aqui, a Igreja Votiva (Votivkirche)
O interior da Votivkirche
Vitral maravilhoso!!!
Adoro lustres!
Notem o órgão:
Belos jardins
O Teatro Nacional da Áustria, Burgtheater, aberto em 1741, por desejo de Maria Teresa da Áustria.
Bem, conforme eu já havia programado, ao meio-dia fui até uma agência, pegar uma bike e saí pedalando pelas ótimas ciclovias de Viena. Pra atrapalhar, apenas o fato de que a temperatura, em relação ao dia anterior, caiu drasticamente, chegando a 4 graus. O vento ficou mais forte, dificultando um pouco mais as pedaladas.
Mas, primeira parada, claro, o Rio Danúbio. Emoção de criança!
2850 km de extensão, segundo maior rio da Europa (perde para o Volga) e, certamente, o mais romântico e encantador.
Olha a prova do crime. Pedalei mesmo e muito!
Belas áreas de lazer no Danúbio, para a temporada de verão que se inicia mês que vêm.
Escultura interessante, na ilhota-parque, bem no meio do rio
 Aliás, estava acontecendo um grande encontro da Harley-Davidson, mas eu não ia gastar espaço de fotos com isso, né.
Olha a "companheira".
Na outra margem, a Igreja de São Francisco de Assis, construída entre 1900 e 1910:

Interessante edifício em construção

A famosa roda gigante de Viena,
 a entrada do Prater da cidade
e outra atração do parque vienense. Aliás, a loja de bicicletas fica bem próxima a ele.
Pedalando, pedalando e dei de cara com o Hundertwasser-Haus. Trata-se de um conjunto de habitações populares, finalizado em 1985, conforme as idéias do pintor Friedensereich Hundertwasser, estimulando a criatividade humana.




Além de ponto turístico, as pessoas moram nos apartamentos, sim.

Bela igreja, também pelo caminho.
 O lado moderno da cidade
O canal do Danúbio e suas construções. 
 O Centro Administrativo Federal, Oktoneum, em estilo pós modernista.
Muitas construções bastante interessantes.
Escultura interessante...



 Praticamente, toda a cidade é cortada por ciclovias e a prioridade é, pela ordem, pedestres, ciclistas, motoristas.
Como era domingo, o Stadtpark, os Jardins Municipais, estava tão cheio que ficou muito complicado entrar. Uma pena, por conta das apresentações de música clássica ao vivo...
A Wiener Concert Kaus,
a estátua de Beethoven,

 Pedalei tanto que acabei voltando ao teatro da apresentação de ontem a noite...
A estátua a Brahms,
a Igreja de São Carlos, erguida em ação de graças pelo fim da peste de 1713. Toma como modelo a Basílica de São Pedro, no Vaticano e é considerada o ápice do barroco clássico na Áustria.


Pedalando mais um pouco, a Ópera de Viena
e, em Hofburg, o complexo dos museus, com prédios e monumentos do gótico ao renascentista, de grande beleza. A seguir uma imagem do Museu de Belas Artes
o Portal dos Heróis, em memória a Batalha de Leipzig

e os antigos estábulos da corte imperial, hoje Bairro dos Museus.

Aqui, parte dos jardins do Museu de Belas Artes. 

 Na sequência, o Parlamento da Áustria. Construído em estilo neo grego, por ser o berço da democracia e com a estátua de Palas Atenas à frente.

A Praça dos Heróis e o Novo Hofburg, o centro de conferências de Viena

Por volta das 19 horas, após 7 horas pedalando, retornei para devolver a "magrela". Apesar do mapa ruizinho que me deram, "descobri" a cidade. Foram centenas de fotos, três paradas por câimbras, lábios "queimados" pelo frio (sensação térmica de uns 2 graus pedalando) e foi tudo delicioso!
Olha a roda gigante aí novamente. Não, não andei: estava tarde e escurecendo. Apenas caminhei pelo parque e comprei mais um globo de neve pra coleção.
Como minhas pernas começaram a se recusar a me obedecer, peguei um táxi de volta e fui "almojantar" um Steak Vienense, com ervas, pimentas rosa e do reino, aspargos em molho de camembert e batatas assadas. Com cerveja austríaca, claro.
Pra completar o relato, a presença humana em Viena data de 500 a.C., tendo hoje cerca de 2,5 milhões de habitantes e foi considerada, em estudo feito em 2007, a melhor cidade do mundo para se viver. Chamada de a capital da música, o centro histórico de Viena é patrimônio da UNESCO desde 2001.

Resumidamente, para mim, Viena é limpa, linda, moderna, segura. Fiquei com a certeza de que vi pouco e que, assim como Paris, merece um olhar mais detalhado.
Mais uma cervejinha no hotel e, como minhas pernas insistem em continuar não me obedecendo, cama.
Amanhã vou a outra parte dos bosques vienenses.