Make it easy for yourself - Oscar Tooney Jr.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Razão e emoção são interdependentes
Diante de uma decisão, é melhor seguir a lógica ou o coração? Como veremos, o melhor é perceber que estas experiências são interdependentes...
Recentemente, ao ler o livro "O Momento Decisivo", o funcionamento da mente humana no instante da escolha, de Jonah Lehrer (Ed. Best Business) esclareci uma suspeita antiga: a de que nós, seres humanos, somos emocionais por excelência! A neurociência está nos provando que a idéia de que somos seres racionais era falsa...
Desde os tempos da Grécia antiga, afirmava-se que a qualidade que torna o ser humano superior aos outros animais é a sua habilidade de racionalizar. Creio que até aí tudo iria bem se não fossem os preconceitos que se criaram em relação à sua natureza emocional.
Platão, no século IV a.C, apregoava que o homem deveria suprimir sua sensibilidade, suas emoções, pois elas o impedem de agir moralmente, ou seja, racionalmente. Para ele, filosofar era agir puramente de forma racional!
Esta forma de pensar ganha uma nova força na França, no século XVII, com René Descartes, considerado o primeiro filósofo moderno. Ao contrário dos gregos antigos, que acreditavam que as coisas são simplesmente porque são, Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Assim, surgiu sua famosa frase: "Penso, logo existo". Mais uma vez o homem é estimulado a pensar, verificar, analisar, sintetizar, enumerar, e para tanto era preciso deixar as emoções de lado.
O ponto é que nosso cérebro emocional vem sendo depreciado no Ocidente há mais de dois mil e quatrocentos anos! As nossas emoções foram se transformando numa espécie de bode expiatório de todas as más decisões tomadas.
Desta forma, crescemos aprendendo a abafar nossas emoções, quer dizer, de uma forma ou de outra, nos foi ensinado que as emoções não eram confiáveis! Na hora de tomar uma decisão, nos era sempre recomendado: "Pense bem, controle suas emoções, seja superior a elas!"
Mas, esta idéia de que as emoções deviam ser deixadas de lado foi por água a baixo, em 1982, pelo neurocientista português Antonio Damásio, com seu paciente chamado Elliot.
Elliot havia extraído um pequeno tumor do córtex cerebral. Apesar de estar fisicamente bem e seu QI não sofrer alterações, passou a ter um comportamento um tanto limitador: não conseguia tomar decisões. Desde as tarefas mais rotineiras como escolher que roupa iria vestir. O fato é que sua vida ficou totalmente arruinada: perdeu o emprego e sua mulher pediu o divórcio.
Damásio notou que Elliot estava emocionalmente distante de tudo e todos, assim como de si próprio. Sua fala era calma, porém, indiferente. Não demonstrava qualquer sentimento de frustração, impaciência ou tristeza. Surpreendido, Damásio questionou a premissa da racionalidade humana, isto é, de que uma pessoa sem emoções seria capaz de tomar as melhores decisões!
Foi, então, com base no estudo deste doente e de muitos outros, que Damásio começou a compilar um "mapa do sentimento", localizando as áreas específicas do cérebro que são responsáveis pela geração de emoções. "Um cérebro que não consegue sentir, não pode decidir", concluiu.
Aproximar-se e reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles e expressar as emoções é uma forma de desenvolvermos nossa inteligência emocional: saber reconhecer e validar sentimentos e pensamentos presentes nas escolhas e decisões.
Muitas vezes usamos de um mecanismo de defesa chamado racionalização, para não encarar os problemas de frente: criamos desculpas racionais para nossas dificuldades emocionais. Uma maneira fácil para distinguirmos se estamos tendo um pensamento racional, ou fazendo uma racionalização, é notar a diferença entre os dois: o pensamento racional busca "razões boas" enquanto que a racionalização cria "boas razões"...
Ao sentir nossos sentimentos, aumentamos a consciência dos estados sensível de nossa mente. Este é um processo íntimo que requer uma atitude introspectiva. No momento em que expressamos nossos sentimentos, eles se manifestam como emoções.
Na medida em que aprendemos a prever as consequências de nossas escolhas, podemos nos responsabilizar por elas. Desta forma, analisamos nossos sentimentos. Ganhamos autoconfiança e coragem.
No entanto, podemos refletir o quanto quisermos e pudermos, mas, quando chega o momento de decidir, não há como evitar o frio na barriga diante do salto no escuro... Primeiro, porque toda experiência é única - não temos como buscar garantias nas experiências alheias e depois, só quando nos tornamos o novo é que sabemos que cara ele tem!
Recentemente, ao ler o livro "O Momento Decisivo", o funcionamento da mente humana no instante da escolha, de Jonah Lehrer (Ed. Best Business) esclareci uma suspeita antiga: a de que nós, seres humanos, somos emocionais por excelência! A neurociência está nos provando que a idéia de que somos seres racionais era falsa...
Desde os tempos da Grécia antiga, afirmava-se que a qualidade que torna o ser humano superior aos outros animais é a sua habilidade de racionalizar. Creio que até aí tudo iria bem se não fossem os preconceitos que se criaram em relação à sua natureza emocional.
Platão, no século IV a.C, apregoava que o homem deveria suprimir sua sensibilidade, suas emoções, pois elas o impedem de agir moralmente, ou seja, racionalmente. Para ele, filosofar era agir puramente de forma racional!
Esta forma de pensar ganha uma nova força na França, no século XVII, com René Descartes, considerado o primeiro filósofo moderno. Ao contrário dos gregos antigos, que acreditavam que as coisas são simplesmente porque são, Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Assim, surgiu sua famosa frase: "Penso, logo existo". Mais uma vez o homem é estimulado a pensar, verificar, analisar, sintetizar, enumerar, e para tanto era preciso deixar as emoções de lado.
O ponto é que nosso cérebro emocional vem sendo depreciado no Ocidente há mais de dois mil e quatrocentos anos! As nossas emoções foram se transformando numa espécie de bode expiatório de todas as más decisões tomadas.
Desta forma, crescemos aprendendo a abafar nossas emoções, quer dizer, de uma forma ou de outra, nos foi ensinado que as emoções não eram confiáveis! Na hora de tomar uma decisão, nos era sempre recomendado: "Pense bem, controle suas emoções, seja superior a elas!"
Mas, esta idéia de que as emoções deviam ser deixadas de lado foi por água a baixo, em 1982, pelo neurocientista português Antonio Damásio, com seu paciente chamado Elliot.
Elliot havia extraído um pequeno tumor do córtex cerebral. Apesar de estar fisicamente bem e seu QI não sofrer alterações, passou a ter um comportamento um tanto limitador: não conseguia tomar decisões. Desde as tarefas mais rotineiras como escolher que roupa iria vestir. O fato é que sua vida ficou totalmente arruinada: perdeu o emprego e sua mulher pediu o divórcio.
Damásio notou que Elliot estava emocionalmente distante de tudo e todos, assim como de si próprio. Sua fala era calma, porém, indiferente. Não demonstrava qualquer sentimento de frustração, impaciência ou tristeza. Surpreendido, Damásio questionou a premissa da racionalidade humana, isto é, de que uma pessoa sem emoções seria capaz de tomar as melhores decisões!
Foi, então, com base no estudo deste doente e de muitos outros, que Damásio começou a compilar um "mapa do sentimento", localizando as áreas específicas do cérebro que são responsáveis pela geração de emoções. "Um cérebro que não consegue sentir, não pode decidir", concluiu.
Aproximar-se e reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles e expressar as emoções é uma forma de desenvolvermos nossa inteligência emocional: saber reconhecer e validar sentimentos e pensamentos presentes nas escolhas e decisões.
Muitas vezes usamos de um mecanismo de defesa chamado racionalização, para não encarar os problemas de frente: criamos desculpas racionais para nossas dificuldades emocionais. Uma maneira fácil para distinguirmos se estamos tendo um pensamento racional, ou fazendo uma racionalização, é notar a diferença entre os dois: o pensamento racional busca "razões boas" enquanto que a racionalização cria "boas razões"...
Ao sentir nossos sentimentos, aumentamos a consciência dos estados sensível de nossa mente. Este é um processo íntimo que requer uma atitude introspectiva. No momento em que expressamos nossos sentimentos, eles se manifestam como emoções.
Na medida em que aprendemos a prever as consequências de nossas escolhas, podemos nos responsabilizar por elas. Desta forma, analisamos nossos sentimentos. Ganhamos autoconfiança e coragem.
No entanto, podemos refletir o quanto quisermos e pudermos, mas, quando chega o momento de decidir, não há como evitar o frio na barriga diante do salto no escuro... Primeiro, porque toda experiência é única - não temos como buscar garantias nas experiências alheias e depois, só quando nos tornamos o novo é que sabemos que cara ele tem!
(Bel Cesar - psicóloga)
domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
Mudança
Mudanças
Liberdade é pouco,
O que eu desejo ainda não tem nome.
E se me achar esquisito, respeite também.
Até eu fui obrigado a me respeitar.
Minha força está na solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas,
Nem de grandes ventanias soltas,
Pois eu também sou o escuro da noite.
É curioso como não sei dizer quem sou.
Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer.
Sobretudo tenho medo de dizer
Porque no momento em que tento falar
Não só não exprimo o que senti,
Como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.
Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender,
Viver ultrapassa qualquer entendimento.
... estou procurando, estou procurando.
Estou tentando me entender.
Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem,
Mas não quero ficar com o que vivi.
Não sei o que fazer do que vivi,
Tenho medo dessa desorganização profunda.
Não quero ter a terrível limitação
De viver apenas do que é passível de fazer sentido.
Eu não: quero uma verdade inventada.
Gosto do modo carinhoso do inacabado, do malfeito,
Daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo
E cai sem graça no chão.
(Clarice Lispector)
sexta-feira, 28 de maio de 2010
"Hoje eu vou mudar.
Sair de dentro de mim,
Não usar somente o coração.
Parar de contar os fracassos,
Soltar os laços
E prender as amarras da razão.
Voar livre, com todos os meus defeitos,
Pra que eu possa libertar os meus direitos.
E não cobrar dessa vida,
Nem rumos e nem decisões.
Hoje eu preciso e vou mudar.
Dividir no tempo e somar no vento
Todas as coisas que um dia sonhei conquistar.
Porque sou homem como qualquer um,
Com dúvidas e soluções,
Com erros e acertos,
Amores e desamores....
Tranquilo e pacificador,
Mas ao mesmo tempo
Irreverente e revolucionário.
Feliz e infeliz,
Realista e sonhador.
Submisso por condição,
Mas independente por opinião..."
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Viajar...
terça-feira, 25 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
Vazio
A noite é como um olhar longo e claro de mulher.
Sinto-me só.
Em todas as coisas que me rodeiam.
Há um desconhecimento completo da minha infelicidade.
A noite alta me espia pela janela
E eu, desamparado de tudo, desamparado de mim próprio,
Olho as coisas em torno
Com um desconhecimento completo das coisas que me rodeiam.
Vago em mim mesmo, sozinho, perdido
Tudo é deserto, minha alma é vazia
E tem o silêncio grave dos templos abandonados.
Eu espio a noite pela janela.
Ela tem a quietação maravilhosa do êxtase.
Mas os gatos embaixo me acordam gritando luxúrias
E eu penso que amanhã...
Mas a gata vê na rua um gato preto e grande
E foge do gato cinzento.
Eu espio a noite maravilhosa,
Estranha como um olhar de carne.
Vejo na grade o gato cinzento olhando os amores da gata e do gato preto.
Perco-me por momentos em antigas aventuras
E volto à alma vazia e silenciosa que não acorda mais.
Nem à noite clara e longa como um olhar de mulher,
Nem aos gritos luxuriosos dos gatos se amando na rua.
(Vinícius de Moraes)
sábado, 22 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Dia Branco - Geraldo Azevedo
Se você vier,
pro que der e vier comigo,
eu lhe prometo o sol,
se hoje o sol sair,
ou a chuva, se a chuva cair.
Se você vier até onde a gente chegar,
numa praça na beira do mar,
pedaço de qualquer lugar.
E nesse dia branco, se branco ele for...
Saudade
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
(Pablo Neruda)
Estamos com fome de amor
Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.
Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".
Antes idiota que infeliz!
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.
Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".
Antes idiota que infeliz!
(Arnaldo Jabor)
quinta-feira, 20 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
domingo, 16 de maio de 2010
Saudade...
"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ela continua detestando o McDonald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...”
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber. Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ela ainda usa aquela saia. Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada, se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ela continua detestando o McDonald's, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...”
(Miguel Falabella)
domingo, 9 de maio de 2010
Vai - Ana Carolina
Espera aí!
Nem vem com essa história
Eu nem quero ouvir
Não dá pra te esquecer agora
Como assim?
'Cê disse que me amava tanto ontem
Eu juro que ouvi
Calma aí!
Que diabo você tá dizendo agora?
Que onda é essa de outro lance pra viver?
Você nem pode tá falando sério...
Vivi pra você
Morri pra você
Pois então vai!
A porta esteve aberta o tempo todo
Sai!
Quem tá lhe segurando?
Você sabe voar
Pois então vai!
A porta na verdade nem existe
Sai!
O que está esperando?
Você sabe voar
Então tá bom!
É, senta e conta logo tudo devagar
Não minta, não me faça, suportar
Você caindo nesse abismo enorme
Tão fora de mim
Tá legal!
É, e eu faço o quê com a nossa vida genial?
'Cê vai viver pra outra vida e eu fico aqui
Na vida que ficou em minha vida
Tão perto de mim
Tão longe de mim
(Pois então) vai!
A porta esteve aberta o tempo todo
Sai!
Quem tá lhe segurando?
Você sabe voar
(Pois então) vai!
A porta na verdade nem existe
Sai!
O que está esperando?
Você sabe voar
Uhuu, de volta pra mim
De volta pra mim...
Culpa
Te culpo por ter me feito tanto bem,
por ter me renascido,
por ter me alegrado,
e ter me entristecido.
Me culpo por ter te super estimado,
por ter te acordado,
por ter sido teu amado,
e ter me deixado ser amordaçado.
Te culpo por ter resgatado meus sonhos,
por dar direção ao meu coração,
por me dar esperanças
e despedaçar toda a minha emoção.
Me culpo pela fragilidade,
te culpo pela fortaleza.
Me culpo pela entrega,
te culpo pela crueza...
(Oswaldo.-)
por ter me renascido,
por ter me alegrado,
e ter me entristecido.
Me culpo por ter te super estimado,
por ter te acordado,
por ter sido teu amado,
e ter me deixado ser amordaçado.
Te culpo por ter resgatado meus sonhos,
por dar direção ao meu coração,
por me dar esperanças
e despedaçar toda a minha emoção.
Me culpo pela fragilidade,
te culpo pela fortaleza.
Me culpo pela entrega,
te culpo pela crueza...
(Oswaldo.-)
quinta-feira, 6 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Persistência X Mudanças
Contam que certa vez, duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente. Assim, logo ao cair, nadou até a borda do copo. Mas como a superfície era muito lisa e ela tinha suas asas molhadas, não conseguiu sair. Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e se debater e afundou.
Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte, era tenaz. Continuou a se debater, a se debater e a se debater por tanto tempo, que, aos poucos o leite ao seu redor, com toda aquela agitação, foi se transformando e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca tenaz conseguiu com muito esforço subir e dali alçar vôo para algum lugar seguro.
Durante anos, ouvi esta primeira parte da história como elogio à persistência, que, sem dúvida, é uma hábito que nos leva ao sucesso, no entanto...
Tempos depois, a mosca tenaz, por descuido ou acidente, novamente caiu no copo. Como já havia aprendido em sua experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria. Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou: "Tem um canudo ali, nade até lá e suba por ele" A mosca tenaz não lhe deu ouvidos, baseando-se na sua experiência anterior de sucesso e, continuou a se debater e a se debater, até que, exausta, afundou no copo cheio de água.
Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, deixamos de notar as mudanças de ambiente e ficamos nos esforçando para alcançar os resultados esperados, até que afundamos na própria falta de visão? Fazemos isso quando não conseguimos ouvir aquilo que quem está de fora da situação nos diz.
Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte, era tenaz. Continuou a se debater, a se debater e a se debater por tanto tempo, que, aos poucos o leite ao seu redor, com toda aquela agitação, foi se transformando e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca tenaz conseguiu com muito esforço subir e dali alçar vôo para algum lugar seguro.
Durante anos, ouvi esta primeira parte da história como elogio à persistência, que, sem dúvida, é uma hábito que nos leva ao sucesso, no entanto...
Tempos depois, a mosca tenaz, por descuido ou acidente, novamente caiu no copo. Como já havia aprendido em sua experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria. Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou: "Tem um canudo ali, nade até lá e suba por ele" A mosca tenaz não lhe deu ouvidos, baseando-se na sua experiência anterior de sucesso e, continuou a se debater e a se debater, até que, exausta, afundou no copo cheio de água.
Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, deixamos de notar as mudanças de ambiente e ficamos nos esforçando para alcançar os resultados esperados, até que afundamos na própria falta de visão? Fazemos isso quando não conseguimos ouvir aquilo que quem está de fora da situação nos diz.
Shakespeare
Não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aos 12 eu sonhei.
Aos 13 eu queria amar.
Aos 14 eu sonhei você
e você nasceu.
Você crescendo,
eu vivendo.
Você vivendo,
eu sofrendo.
Você sofrendo,
eu sonhando.
Você sonhando,
eu sonhando...
Nos encontramos
e nos amamos!
Eu conheço o futuro,
nunca mais nos deixamos.
Numa noite morna ao norte do Equador,
pensando em você e sonhando
e sempre amando.
Eternamente seu,
Oswaldo.-
Aos 13 eu queria amar.
Aos 14 eu sonhei você
e você nasceu.
Você crescendo,
eu vivendo.
Você vivendo,
eu sofrendo.
Você sofrendo,
eu sonhando.
Você sonhando,
eu sonhando...
Nos encontramos
e nos amamos!
Eu conheço o futuro,
nunca mais nos deixamos.
Numa noite morna ao norte do Equador,
pensando em você e sonhando
e sempre amando.
Eternamente seu,
Oswaldo.-
P.S.: fui tolo pensando que conhecia o futuro...
Amor...
O amor dói,
Estou cansado de amar.
E se dói é porque não é amor.
Cansa amar
E se cansa é porque não encontramos o amor.
E aí dói mais porque nos enganamos novamente.
E o engano dói,
Mas não desistir é o viver de quem ama
E amar é a vida de quem nunca se engana.
Oswaldo.-
Estou cansado de amar.
E se dói é porque não é amor.
Cansa amar
E se cansa é porque não encontramos o amor.
E aí dói mais porque nos enganamos novamente.
E o engano dói,
Mas não desistir é o viver de quem ama
E amar é a vida de quem nunca se engana.
Oswaldo.-
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