O ano que (quase) parou o mundo está terminando e chega a hora do sempre necessário agradecimento, pelas oportunidades e experiências vividas.
E em 2020 foram experiências completamente novas para nós, acostumados a interagir de todas as formas e quase sem limites. Neste ano que termina, vários limites foram necessários para que, muito em breve, os muros de isolamento que tiveram que ser construídos, sejam derrubados com equilíbrio.
Me entristece muito ver o ser humano cada vez mais, preocupado em polarizar sobre temas fundamentais para o bem comum, deixando de lado o senso crítico e o respeito ao outro, indispensáveis para a harmonia do mundo.
Passamos o ano discutindo como agir diante de um problema sério de saúde global, quase o tempo todo sem o necessário rigor científico, deixando de lado fatos e dados, impulsionados por uma mídia preocupada em nos impor opiniões, em vez de apenas informar para que cada um tire suas conclusões e possa trocar ideias de forma equilibrada. Sem falar nas exibições fúnebres de dados sobre a doença e suas vítimas, num ridículo espetáculo "global" de sensacionalismo. Faz tempo que, por um lado, parei de prestar atenção aos números e, por outro, aos questionamentos sobre eles. Vítimas de acidentes de trânsito, de câncer, do coração, ou de Covid-19, tudo deve ser feito para evitar mortes, mas, de forma racional e equilibrada. Afinal, toda vida importa!!
Vírus não tem credo, religião, muito menos partido político. Mas tem mais facilidade para fazer vítimas, devido a nossa insana polarização. Na minha opinião, depende tanto de estar ou não em isolamento, quanto de ignorância e desrespeito, politizando a doença...
Sou paciente de altíssimo risco, mais de 60 anos, ex fumante, cardíaco, doente pulmonar e renal e procuro ser racional, até porque já vi a morte de muito perto. Tenho consciência de que faço parte de uma parcela privilegiada de brasileiros que pode "escolher" como agir em cada momento, mas também tive vários amigos infectados, perdi alguns e meu filho e nora, mesmo em home office, também foram infectados. Minha esposa é da área de saúde e vêm trabalhando ao longo da pandemia, mas com rígidos protocolos de higiene e segurança.
Bem, muitos sabem que amo viajar e este ano, além de não ter sido possível, ainda perdi duas viagens contratadas às vésperas da pandemia. Quer dizer, fui a São Paulo e a minha amada Santos, mês e meio atrás... rs. Fazer o quê? Milhões perderam muito, muito mais...
Agora resta rogar por um novo ano melhor e orar por toda minha família, amigos e colegas.
Este ano, em vez de citar uma parábola, prefiro deixar registradas as palavras do rabino Henry Sobel, como homenagem àqueles que se foram e consolo aos que ficaram, não pela Covid-19, mas por todo e qualquer motivo:
"Imagine que você está a beira-mar e vê um navio partindo. Você fica olhando, enquanto ele vai se afastando, cada vez mais longe, até que finalmente aparece apenas um ponto no horizonte. E você diz: "Pronto, ele se foi."
Foi aonde? Foi a um lugar que a sua visão não alcança, só isso. Ele continua tão grande, tão bonito e tão imponente como era quando estava perto de você. A dimensão diminuída está em você, não nele. E naquele momento em que você está dizendo: "Ele se foi", há outros olhos vendo-o aproximar-se e outras vozes exclamando com alegria: "Ele está chegando".
Sempre grato a Deus pelo aprendizado e chance de evolução espiritual, cercado por pessoas iluminadas e sempre com a guarda do meu eterno cãopanheiro no céu...
Minha dica para 2021:
Faça com o tempo o que ele faz com você: aproveite-se dele! Curta cada dia como se fosse o primeiro, prometa menos e surpreenda mais.
Você tem outra chance para acertar, então não cometa os erros dos anos velhos e...
que a sua resolução de Ano Novo seja igual a minha: ser feliz!!
FELIZ ANO NOVO!!