Woody Allen, em vez de mergulhar nas dores de seu personagens, decide observá-los depois da tormenta. Quer dizer, eles estão lá sofrendo: Roy não consegue escrever um bom livro, Sally não realiza o desejo da maternidade, Helena não supera a separação após 40 anos de casamento. Eles sofrem, mas o olhar que o diretor e roteirista dá é de quem já passou por isso, ou seja, já consegue observar o ridículo que há no sofrimento – algo que só se percebe quando nos livramos dele, quando o triste é passado e olhamos comicamente para os episódios que roubaram tanto de nossas energias.
Este é o cinema recente de Woody: ele tem à sua frente uma forte matéria humana, porém decide se desviar dela para aliviar tanto para seus personagens como para o espectador. Digamos que ele olha apenas para a Lado B de seus personagens.
A proposta, creio, é justamente olhar para o ridículo do sofrimento e ele faz um ligeiro e palatável ensaio sobre a vida.
Bem, Woody é um diretor prolífico de comédias dramáticas, não de filmes existencialistas. Ele não é um Ingmar Bergman.
Quer saber? Eu gostei e muito!
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