segunda-feira, 2 de maio de 2011

Par perfeito


Um dos homens mais bonitos de Hollywood com uma das mulheres mais bonitas de Hollywood protagonizam esta comédia romântica de Hollywood. Nada muito inovador. O casal digno de suspiros são os apaixonados Jen e Spencer, que vivem numa pacata cidadezinha americana. No entanto, ela não sabia que Spencer era um matador profissional. Quando o antigo chefe de Spencer chega na cidade à sua procura, Jen se depara com seu marido como vítima de várias tentativas de assassinato. Então eles vivem uma fuga alucinada, se vendo como alvo dos próprios vizinhos e “amigos”.

O novo filme de Robert Luketic brinca mais uma vez com os embates bastante estereotipados entre homens e mulheres, levando-nos a um divertimento cego e automatizado. Levando em consideração que a presença de clichês nessas comédias românticas já vêm de fábrica, ainda vemos que há probleminhas no roteiro. Há uma preocupação muito grande em se mostrar a origem de Spencer e a relação com seu chefe. Contudo, não se mostra a discussão que leva com que todos resolvam caçá-lo. Parece que Spencer é um matador profissional de uma organização que não existe e o mandado de assassinato ao “desertor” não foi oficialmente promulgado.

A vizinhança poderia ter sido mais bem explorada no filme. As falas podiam carregar mais intimidade e personalidade entre os antagonistas das cenas. Nos diálogos antagônicos, vemos que os estereótipos são tão rasos que até esse tipo de comédia sai perdendo. Mesmo o pai e a mãe de Jen não conquistam tanto no início do filme, mas são os únicos que adquirem força, especialmente no final. O carisma de Selleck e O’Hara também ajudam muito a ganhar o espectador.

As atuações de Heigl e Kutcher não surpreendem – até porque não há espaço para isso –, mas agradam o público médio. A química entre os dois é clara, e isso ajuda no sucesso das piadas entre os dois. Aliás, essas piadas são boas, o argumento permite uma maior acidez no tônus do filme; mas é uma pena que elas não saiam do “permitido para toda a família”. Nas cenas finais, parece que há uma maior liberdade na atuação, o que enriquece muito as cenas.

A sensação ao fim do filme é de diversão, mas também é de uma história que não cresce. Uma caçada de apenas um dia, com poucos personagens, muitas cenas de ação e muita trilha musical típica. Além disso, a estética high-key, recorrente dessas produções, ajuda a pesar a mão no tempero da sensação de “você já viu esse filme 4732 vezes”. Certamente, quem for assistir ao filme sem grandes expectativas sairá ganhando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário