Os produtores queriam filmar “ À Serviço Secreto de sua Majestade” logo após o filme anterior, porém não tiveram sucesso em encontrar boas locações e em alta altitude, que a trama exigia. Somado a isto, havia uma crescente vontade de Sean Connery em se desligar do personagem. A pré-produção foi rápida, pois Connery estava com seu contrato prestes a expirar e os diretores não estavam disponíveis para assumir o quinto filme da série.
O comando da produção ficou a cargo de Lewis Gilbert, um diretor sem muita expressão, que acabou dirigindo três filmes da série.
O roteiro foi escrito por Roald Dahl ("A Fantástica Fábrica de Chocolates”) baseado no livro homônimo de Ian Fleming, escrito em 1962.
A história é simples e pouco interessante: Blofeld, direto de uma base japonesa, seqüestra uma nave americana em pleno espaço e pôe a culpa no governo soviético. Pouco depois seqüestra uma nave soviética e o governo americano leva a culpa. O conflito é iminente, mesmo que pouco inspirado.
007 então é enviado ao Japão, onde irá precisar se tornar um oriental, casando-se com Kissy Suzuki (talvez a mais inexpressiva Bondgirl da história, Mie Hama) e aliando-se a um grupo do serviço secreto japonês, liderado por Tiger Tanaka. Juntos irão liderar uma invasão em massa ao esconderijo do vilão : O interior de um vulcão extinto.
O filme merece crédito ao mostrar pela primeira vez o rosto do nêmesis de 007. Ernst Stavro Blofeld é interpretado pelo ator Donald Pleasence, que entrega uma performance discreta, porém enigmática do ambicioso vilão. Mesmo tendo seu personagem sido interpretado por três atores diferentes em três filmes, sua versão é a mais lembrada pelos fãs, inclusive sendo alvo de sátiras como o Dr. Evil dos filmes de Austin Powers.
Outro ponto alto do filme é a inclusão de uma ótima gadget : A “Little Nellie”, um helicóptero de pequeno porte, projetado exclusivamente para o filme e que mostra seu poderio em uma antológica cena de batalha aérea ao som da ótima melodia de “007”, composta por John Barry.
Outra cena que eu gosto muito é a da luta encenada entre Bond e vários capangas de Blofeld acompanhados de cima pela câmera de um helicóptero, que dá uma dimensão muito maior àquela que poderia ser apenas mais uma cena de luta corporal na série. Crédito merecido ao editor Peter Hunt.
A canção tema foi entregue à Nancy Sinatra , filha do grande Frank Sinatra. A melodia criada por John Barry utiliza-se de arranjos inspirados na música japonesa e sua letra foi escrita por Leslie Bricusse, a mesma responsável por Goldfinger, quatro anos antes.
O faturamento global de “You Only Live Twice” ultrapassou 111 milhões de dólares e, mesmo não tendo sido um ótimo filme, garantiu uma continuação. Só que da próxima vez, o elemento crucial no sucesso da série iria se ausentar. Sean Connery recusou-se a interpretar James Bond mais uma vez.
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