Você já reparou na quantidade de pessoas que passam por nós, todos os dias, pelas ruas, no metrô, no ônibus, nos elevadores, que estão com um fone de ouvido e um aparelhinho no bolso, completamente absortos, desligados do mundo?
Riem e cumprimentam, quando passam por alguém conhecido. O sorriso é farto. Parecem alegres, seguindo seu caminho e interagindo. Mas não é isso que está acontecendo.
Vivemos num mundo de tal forma individualista, que muitas pessoas perderam a noção do que seja convivência, do que seja relacionamento. Conheci gente tão senhora de si, que não consegue enxergar o outro, a menos que o outro enxergue-a como ela deseja.
Querem ser respeitadas, mas não respeitam.
Querem ser admiradas, mas não admiram ninguém além de si mesmas.
Querem amar, mas não conseguem amar ninguém tanto quanto elas próprias.
Tudo bem, cada um tem o direito de ser o que é, não fosse o fato da interação com os outros ser inevitável.
E aí reside a irresponsabilidade emocional.
Convivem e desconvivem quando bem entendem.
São capazes de rastejar pelas poucas pessoas que as deixam e incapazes de ouvir quem por amor a elas rasteja.
Dizem concordar que os meios não justificam os fins, mas usam seus fins para justificar os meios.
Pobres de espírito, falsos alegres.
Chamam de amigos a quem lhes dá razão e de pobres de espírito a quem lhes contesta.
Dizem que são felizes no seu dia a dia e não se dão conta da infelicidade que causam a quem ousa questionar sua "alegria".
A vida é a arte do relacionamento e a felicidade da vida é conseguir se relacionar em todos os momentos, principalmente os difíceis.
E é isso que eu chamo inteligência emocional.
Cada dia mais difícil de se encontrar nas pessoas, em um mundo cada vez mais individual, cada vez mais de felicidade não compartilhada...
"...E quem se exilou na indiferença, no desamor, na prepotência, faz parte hoje da horda de infelizes, perderam a inocência.
Na noite seca e vazia são personagens constantes. Circulam sem rumo, falsa alegria!..."
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